A TramCroNe, empresa responsável pela reabilitação e exploração do Mercado do Bolhão, está a ponderar se o supermercado vai manter-se no projecto, afirmou ao JPN o responsável pelo dossiê, Pedro Neves, salientando que ainda é apenas um tema a ser discutido.

“Têm surgido questões novas, sendo uma delas a do supermercado”, referiu. Segundo Pedro Neves, começaram a ser levantadas perguntas, especialmente no sentido da possibilidade de se estar a “desvalorizar um objecto” ao colocar-se um supermercado por baixo. Acrescenta ainda que é uma hipótese em estudo, tendo também em conta os outros três supermercados que se encontram próximos do Bolhão.

Outra dos “conceitos por afinar” é o da habitação no edifício. O engenheiro da TramCroNe explica que um dos objectivos do projecto é o de levar para a Baixa famílias jovens com crianças e que esse vai ser um dos targets.

Projecto de arquitectura pronto num prazo de três a seis meses

Pedro Neves mantém a data de 18 de Dezembro de 2009 como a data de abertura prevista para o novo edifício e explica que a empresa precisa de 21 meses para levar a cabo todas as modificações. Daí mencionar Março ou Abril como os meses de começo das obras. O projecto de arquitectura, por outro lado, deverá tardar de três a seis meses até estar completo.

“O Mercado é como a imagem de um coração grande num esqueleto doente e o coração precisa de um transplante”, remata.

O responsável garante que a TramCroNe já apresentou propostas quer para a criação do espaço provisório que vai receber os comerciantes durante o período de construção, quer para o funcionamento do mercado, estando agora a aguardar-se a resposta da Associação de Comerciantes do Mercado do Bolhão.

Pedro Neves refere-se ao Bolhão como “o projecto de requalificação urbana com maior importância no país” e a “menina mais bonita do bairro”, sem esconder o entusiasmo pelo trabalho que tem em mãos.

Contestação ao projecto é “positiva”

Em relação à contestação que tem rodeado a reabilitação do Mercado do Bolhão, que tem para este sábado marcada uma nova manifestação, o engenheiro da empresa explica que considera essa reacção “positiva”. E esclarece que a posição dos manifestantes está, também, ligada a “um processo de gestão urbana definida pela Câmara do Porto”, que é alheio à empresa.

A contestação é “própria de qualquer processo de mudança”, argumenta, afirmando estar convencido de que o novo mercado vai ser importante e favorável à cidade. “Acreditamos que vai ser moda comer no Bolhão no futuro”, refere.