Na 28ª edição do Fantasporto, o trabalho cinematográfico do realizador japonês Takashi Miike teve direito a uma retrospectiva de 14 filmes, entre os quais se destacam “Audition”, a trilogia “Dead or Alive”, “Visitor Q” e o mais recente “Sukiyaki Western Django”, a concorrer na Secção Oficial de Cinema Fantástico.

Os destaques japoneses contam também com Hayao Miyazki e Isao Takahata. Os realizadores sul-coreanos – Kim Ki Duk, Chan-wook Park e Kim Tae-Kyung – voltam, este ano, a marcar lugar de relevo na programação do Fantasporto.

O regresso do “mestre do horror” japonês

Takashi Miike é um dos nomes mais conceituados do panorama asiático. Em menos de 20 anos de carreira, o realizador já conta com mais de 65 filmes. Em 1998, o “Fantas” revelou “Fudoh” e, desde então, os filmes de Miike têm sido presença constante no festival.

A cinematografia prolífera de Miike prima pelo espectáculo visual, com uma rapidez alucinante de imagens, como se tratasse de anime, tendo o seu máximo expoente no banho de sangue que é “Ichi The Killer”, uma adaptação directa da manga para o ecrã. Sem limites, o impossível torna-se possível nas obras do realizador japonês.

Com 14 filmes em retrospectiva no festival, aguardava-se com alguma expectativa “Sukiyaki Western Django”, uma paródia em homenagem aos spaghetti westerns, mais precisamente ao clássico “Django”, de Sérgio Corbucci. O filme conta com uma pequena actuação do realizador norte-americano Quentin Tarantino, admirador do trabalho de Takashi.

A história desenrola-se num tom cómico negro e surreal. A partir de uma rivalidade de clãs, segue-se uma selvajaria de lutas de poder, traição, luxúria e amor. Como já é habitual, a dimensão de espectáculo extravagante é também um ponto fulcral neste filme. Desde o colorido da fotografia à narrativa propriamente dita.