Jose Luis Zapatero do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) partiu para a corrida eleitoral com um ligeira vantagem sobre Mariano Rajoy do PP (Partido Popular). As sondagens após os dois debates entre os líderes dos dois principais partidos espanhóis, a 25 de Fevereiro e 3 de Março, dão a vitória ao actual chefe do Conselho de Ministros, aumentando a margem que os separa. Mesmo assim o eleitorado espanhol apresenta-se bastante dividido.

Na sexta-feira, o ex-vereador do PSOE em Mondragón no país Basco, Isaías Carrasco, foi assassinado por um alegado elemento da ETA que disparou quando este saía de sua casa. O atentado foi atribuído à organização por todos os quadrantes políticos, levando à suspensão da campanha eleitoral.

Durante o período de campanha, que teve início a 22 de Fevereiro, o PSOE centrou-se no balanço positivo que fez da sua gestão, apresentando como o seu maior sucesso a estabilidade política e a promessa cumprida por Zapatero da retirada das tropas do Iraque. Por seu lado, o PP de Rajoy critica a actual situação económica espanhola, “à qual as pessoas são sempre muito sensíveis“, como explica José Palmeira, professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho.

Os temas mais polémicos que têm agitado esta campanha prendem-se com a questão da ETA e da imigração. Da Calle Génova, sede do PP, surgem acusações em relação à política conduzida pelo chefe do governo no que toca ao grupo terrorista basco. Rajoy realçou o fracasso das negociações entre a ETA e Zapatero, apresentando-se contra qualquer tipo de negociação com o grupo separatista, como afirma José Palmeira.

O problema da imigração ilegal no país tem encabeçado a lista de preocupações dos espanhóis. O Partido Popular assumiu, durante a campanha, uma posição mais radical sobre o assunto, exigindo do governo um maior controlo. Quanto a esta questão, o PSOE defende uma política de integração e diálogo.

Para José Palmeira, o factor decisivo em termos de intenção de votos e que poderá ditar os resultados de Domingo tem a ver com a “capacidade de captar o eleitorado regional“, por parte de Zapatero e Rajoy.

Independentemente do nome que saia vencedor no próximo dia 9 de Março, tudo indica que não haverá maioria absoluta. A coligação com partidos regionais moderados, como a Convergência e União da Catalunha, poderá ser uma possibilidade a ter em conta pelo partido vencedor.