Definido, pela própria autora, como “um livro muito mais livre do que os anteriores”, no qual se “associa o lírico com o não-lírico”, a obra “Entre dois rios e outras noites” valeu a Ana Luísa Amaral o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

A escritora, que já foi distinguida, em 2007, com o Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas e galardoada, em Itália, com o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi, revelou ao JPN quais são as suas principais fontes de inspiração: “é o mundo à minha volta, sou eu própria e são as palavras, pois, por vezes as palavras, inspiram-se em si mesmas”.

“Entre as duas paisagens, entre os dois rios mais físicos que tudo, partiram, as gaivotas, e eu perdi-me”, lê-se no livro premiado. “Nestes poemas eu quis falar um pouco sobre aquilo que nos transfigura e ao mesmo tempo nos torna humanos: a dor, a alegria”, explicou a poetisa que também é professora associada na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).

“Em ‘Entre dois rios e outras noites’ tentei, em termos de organização, deixar um bocadinho de lado as sequências que tinham pautado os meus dois últimos livros, ‘A Génese do Amor’ e ‘A Arte de Ser Tigre'”.

“Já no que respeita a linguagem, este é um livro muito mais livre do que os anteriores, pois associa o lírico com o não-lírico”, disse.

Ana Paula Arnaut, José Cândido Martins e Nuno Júdice compuseram o júri, que por unanimidade, atribuiu o prémio de cinco mil euros a Ana Luísa Amaral. “É uma grande honra, não podia ter ficado mais feliz com a notícia”, reagiu a escritora.

Ana Luísa Amaral é autora de nove livros de poesia e de dois livros infantis (“Gaspar, o Dedo Diferente e Outras Histórias” e “A História da Aranha Leopoldina”). Representada em inúmeras antologias portuguesas e estrangeiras, a sua poesia encontra-se traduzida para várias línguas.