Uma despistagem generalizada do vírus e o tratamento imediato com anti-retrovirais (que inibem a reprodução do VIH, Vírus da Imunodeficiência Humana, no sangue) de todos os seropositivos permitiria reduzir em 95% o número de pessoas infectadas num prazo de 10 anos.

É esta a principal conclusão de um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado na revista médica britânica The Lancet.

“Só análises voluntárias para todos e o início imediato da terapia anti-retroviral poderia reduzir a transmissão do vírus até ao ponto em que seria admissível a possibilidade da sua eliminação até 2020, no quadro de uma epidemia generalizada”, refere o estudo, baseado em modelos informáticos.

Forte redução numa década

A equipa de investidores da OMS, liderada por Reuben Granich, serviu-se desses modelos para prever o impacto de uma epidemia generalizada entre heterossexuais num país como a África do Sul, actualmente o país mais afectado do mundo pelo vírus da sida.

Se a estratégia proposta pelo estudo fosse aplicada, o número de infectados pelo vírus passaria de 20 por mil para um por mil no prazo de 10 anos. “A transmissão poderia ser reduzida a níveis limitados e a epidemia poderia decrescer fortemente até à eliminação, quando envelhecessem e morressem as pessoas em tratamento”, dizem os autores.

Suscitar o debate

No final de 2007, cerca de três milhões de pessoas em todo o mundo estavam a receber tratamento com anti-retrovirais, mas 6,7 milhões não dispunham do tratamento (mais os 2,7 milhões de pessoas que foram infectadas nesse ano).

Segundo a OMS, a publicação deste estudo pretende suscitar o debate do assunto e pesquisas adicionais e não definir uma política oficial para esta organização pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU).