A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou, esta segunda-feira, na XIX Conferência Ibero-Americana da Educação, em Lisboa, que os Ministérios de Portugal e Espanha vão assinar um protocolo de intercâmbio de professores. O objectivo é promover o ensino de cada língua no país vizinho.

O intercâmbio tem início já no próximo ano lectivo. Um número ainda indeterminado de professores de português começa, em Setembro, a leccionar na região espanhola da Estremadura. A Ministra da Educação pretende que este primeiro protocolo sirva de base para futuros intercâmbios semelhantes.

Em Espanha, e ao contrário da lei portuguesa, este tipo de decisão é tomada por cada região e não pelo poder central, o que significa que o Governo terá de estabelecer acordos com cada uma das comunidades autónomas.

Em Portugal, não há docentes suficientes para responder à grande procura de cursos de Castelhano. Já em Espanha, quer-se integrar o ensino de Português nos programas do Básico.

Para além de ir ao encontro do desejo de ambos os executivos, o intercâmbio representa também um aumento do leque de oportunidades laborais para os professores.

Contactado pelo JPN, Rogélio Romeo, professor auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e membro da Associação Portuguesa de Professores de Espanhol Língua Estrangeira (APPELE), encara com bons olhos a integração de professores espanhóis no sistema de ensino português.

O professor mostra, no entanto, algumas reticências. “A ministra devia exigir aos responsáveis espanhóis que a medida não fosse restringida à Estremadura, mas sim alargada a toda a Espanha”, defende, por se tratar de uma “correspondência injusta”, já que os professores espanhóis vão poder exercer em todo o território nacional.