A proposta-lei que sugere a distribuição gratuita de preservativos nas escolas continua a gerar polémica. Depois da Igreja Católica, chegou a vez da comunidade muçulmana mostrar o seu degrado em relação à medida, que continua em debate na Assembleia da República.

Críticas que são desvalorizadas pelo presidente da Federação Distrital do Porto da Juventude Socialista (JS). Ao JPN, Nuno Araújo garante que “não é o facto de terem acesso ao preservativo que os jovens são incentivados à prática de sexo”. “Isso é uma ilusão, estão a tentar deturpar a realidade [da proposta-lei]”, exclama.

Com cerca de 35 mil seguidores em Portugal, os muçulmanos contestam a iniciativa. Ao JPN, Sheik Munir, líder da Comunidade Islâmica de Lisboa, explica que o Islão aprova “o uso de contraceptivos, mas apenas entre casais, caso não queiram ter filhos”. “A lei islâmica defende a educação sexual, que começa em casa e tem um complemento na escola”, defende.

Nuno Araújo argumenta: “Não queremos que ocorra a gravidez na adolescência e queremos também prevenir as doenças sexualmente transmissíveis”.

Caso a proposta-lei seja aprovada, Sheik Munir garante, no entanto, que a comunidade islâmica vai respeitar a decisão do Governo. Até porque os jovens muçulmanos “estão preparados para reagir a esta situação de acordo com a educação religiosa que possuem”.

O projecto-lei sobre a educação sexual nas escolas volta à Assembleia da República na próxima quarta-feira.