Está já em contagem decrescente o processo eleitoral que vai culminar na escolha dos membros do Conselho Geral, do Senado e das assembleias estatutárias das unidades orgânicas da Universidade do Porto. As três eleições vão ter lugar a 30 de Junho e constituem mais um passo no processo de passagem da universidade a fundação.

Da tripla eleição prevista para o início do Verão, destaca-se a escolha dos 17 membros do Conselho Geral, “o órgão que passa a ter a função de escolher o reitor e que aprova os documentos principais da actividade da universidade”, explica ao JPN António Cardoso, presidente da comissão eleitoral para os docentes e investigadores.

O Conselho Geral será constituído por 12 representantes dos docentes e investigadores, quatro dos estudantes e um do pessoal não docente. Seguindo o previsto nos novos estatutos da instituição, organismo incluirá ainda “cinco ou seis personalidades exteriores à universidade”, completa o também vice-reitor da UP.

O outro órgão de governo a eleger será o Senado, que, de acordo com António Cardoso, se irá manter na nova estrutura estatutária da universidade enquanto “órgão de consulta com um papel importante no aconselhamento da actividade do reitor” . Por último, serão eleitas as assembleias estatutárias das diversas unidades orgânicas.

Estudantes “não estão bem informados”

Apesar de acreditar numa participação elevada da comunidade académica no processo eleitoral, António Cardoso mostra-se precavido para uma menor participação dos estudantes. “Claro que há estudantes mais empenhados neste tipo de actividades que outros, mas isso é o normal numa democracia”, afirma.

O vice-reitor admite, porém, que seria um “sinal positivo que houvesse uma percentagem elevada de participação dos estudantes. Mas o que tem acontecido é razoável”, conclui.

Inês Matos, presidente da comissão eleitoral para os estudantes, considera estas eleições “fulcrais para a Universidade do Porto”, até por serem as primeiras eleições depois da entrada em vigor do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) e das consequentes alterações no ensino superior.

A representante dos estudantes considera que estes se interessam pelas eleições, mas que “nem sempre são bem informados”. Neste ponto, atribui culpas às Associações de Estudantes, que “nem sempre fazem um bom trabalho de divulgação”, adianta Inês Matos.