O FC Foz deu, há pouco mais de um ano, um passo de gigante. Após várias épocas de indefinição e de dúvidas em relação ao futuro do clube, o Foz decidiu avançar para a total remodelação das suas instalações. Assim, o Campo da Ervilha recebeu um relvado sintético e melhorou todas as suas instalações. Hoje, o Foz está mais vivo que nunca e atravessa um dos melhores momentos dos seus 75 anos de história.

“Se não se avançava para a remodelação, o Foz tinha fechado”, afirma Carlos Santos, vice-presidente do emblema portuense. As condições que o Campo da Ervilha oferecia não eram as melhores, com balneários degradados e um pelado em mau estado. Com o sintético e as novas instalações, tudo mudou.

“Conseguimos aproximar o clube da zona em que está inserido. Com estas condições, muitas crianças da Foz vieram jogar para o clube”, refere o dirigente. O investimento foi grande: 350 mil euros. Mas está a compensar. Esta época, já são mais de 300 as crianças que jogam no Foz. Um grande impulso para o clube, a nível desportivo e financeiro.

Capitão Moura é do Foz

Capitão Moura, figura celebrizada no programa Liga dos Últimos, é apoiante do Foz. Quem o garante é o próprio Capitão. A sua primeira aparição no programa foi num jogo do Foz, onde o caricato adepto proferiu uma das frases mais célebres do programa: “Berro pelo Foz, porque foi onde nasceu a santa da minha mãe!”

Os pais procuram um clube para os filhos jogarem e estão dispostos a pagar para ter as melhores condições. “Temos profissionais qualificados a trabalhar nas escolas do Foz, temos boas condições e, por isso, os pais não se importam de pagar”, explica Carlos Santos.

Aposta forte nos jogadores da casa

A maioria dos jogadores que actuam na equipa principal do Foz também é produto das camadas jovens do clube. Em 27 atletas, 25 fizeram a sua formação na casa. “A prioridade são sempre os jovens da formação, rapazes que gostam do Foz e que sentem o clube”, sublinha Carlos Santos, também responsável pelo departamento de futebol. Os resultados têm sido positivos, o que reforça a aposta nos jogadores da casa.

Pedro Teixeira, jogador do Foz, também passou pelos escalões de formação, e afirma que gostava de subir de divisão. O defesa-central elogia as novas instalações do clube e diz que o momento actual torna o Foz num “clube atractivo para jogar”. Isto apesar de a remuneração ser quase nula. À semelhança de grande parte do plantel, Pedro Teixeira é estudante universitário. “Estamos no Foz por gosto ao futebol e ao clube”, refere.

Campo da Ervilha demasiado pequeno

Se o bom momento da equipa continuar, e o Foz até conseguir subir de divisão, o clube terá que… procurar outro campo. Isto porque as dimensões do Campo da Ervilha são insuficientes para jogos da 1.ª Divisão Distrital.

Há duas épocas, o emblema portuense festejou a subida para a 1.ª Divisão, mas, logo no ano seguinte, voltou à 2.ª. Durante toda a época, o clube viu-se obrigado a disputar os jogos em casa em campos emprestados, o que afastou os adeptos da equipa. Se antigamente o clube chegou a ter mais de dois mil sócios, hoje são pouco mais de 600. “Mas a tendência é para aumentar”, assegura Carlos Santos.

As pequenas dimensões do Campo da Ervilha são um problema que pode ser resolvido facilmente. “Estamos dependentes de um terreno de 200 m2 para conseguirmos alargar o campo e cumprir as medidas exigidas”, explica o dirigente. E garante que se esse alargamento se concretizar, estão reunidas todas as condições para o Foz dar um salto ainda maior.

Foz quer mais modalidades

A ambição do Foz não se fica pelo futebol. Carlos Santos revela ao JPN que há um grande projecto em cima da mesa. “Graças às obras nesta zona da cidade, temos a ambição de fazer um grande parque desportivo”, explica. “Queremos ter mais modalidades, queremos ser um clube muito mais diversificado. Na Foz vive muita gente, mas há poucos clubes.”

Há cinco anos, o clube já arrancou com a secção de Futsal, que tem sido a grande sensação dos campeonatos portugueses. Em apenas cinco épocas, o Foz subiu cinco vezes de divisão, fixando-se na 2.ª Divisão Nacional. Um feito inédito, que merece os mais rasgados elogios de Carlos Santos. “São um grupo excepcional, subiram cinco vezes e nunca ganharam um cêntimo, nem para a gasolina”, afirma.

Jorginho e Serginho são os favoritos

Se o presente é risonho, o passado também dá razões para sorrir. Ao longo dos anos, o Foz foi formando atletas do mais alto nível, como Jorge Costa ou Rosa Mota. Apesar disso, os dirigentes do Foz não escondem a sua mágoa pela indiferença que estes dois atletas demonstram em relação ao clube que os lançou.

Por outro lado, Serginho (ex-jogador do Porto) e Jorginho (ex-jogador do Boavista e do Salgueiros) são jogadores admirados pelo seu percurso profissional e pelo seu amor ao clube portuense. Os antigos profissionais de futebol têm sido presença regular nas festas organizadas pelo clube.