A “geração perdida” dos jovens portugueses, recém-licenciados que abandonam o país por falta de oportunidades, a situação dos idosos e a dos desempregados são os temas que preocupam e que levam o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, a candidatar-se à Presidência da República.

Em declarações ao JPN, Fernando Nobre, que esteve presente esta quarta-feira na cerimónia de comemoração dos 185 anos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, revelou estar preocupado com o processo de “agonia lenta” em que o país se encontra.

“Entendo que tenho um percurso de vida de mais de 30 anos de conhecimento das questões geopolíticas do mundo, das questões sociais no nosso país”, disse, ao JPN, justificando a razão da sua candidatura. “Acredito nos poderes que a Constituição confere ao Presidente da República. Eu terei as ferramentas suficientes para poder incentivar, motivar, alentar e alterar o rumo de certos acontecimentos no país.”

A Justiça e a Política são dois dos aspectos que Fernando Nobre pretende mudar. O candidato tem como intuito ver a justiça do país “menos descredibilizada” e contribuir para “uma maior credibilização da face política portuguesa”. “Eu acho que, se conseguirmos pôr as discussões ao nível do patamar dos valores e do Estado e não da politiquice rasteira, poderemos contribuir para que o nosso país tenha um futuro menos sombrio do que aquele que se apresenta hoje em dia.”

Quando questionado acerca da situação das vagas para os cursos de Medicina, criticada durante a cerimónia pelo presidente da Associação de Estudantes da FMUP, o presidente da AMI classifica o tema, “discutido há já 12 anos” como “extremamente espinhoso”. Na opinião de Fernando Nobre, a implementação de numerus clausus “foi um erro trágico”, pois o país perdeu “quadros muito válidos”, porque muitos jovens abandonaram Portugal “para se formarem lá fora”. “Acho que isso devia ser revisto”, rematou.

AMI disponibilizou 50 mil euros para ajudar a Madeira

Acerca da situação da ilha da Madeira, local onde se deslocou recentemente para prestar auxílio, Fernando Nobre revelou ter ido “prestar solidariedade” e tomar “medidas concretas”. O presidente da instituição prestou-se a disponibilizar, de imediato, 50 mil euros para ajudar o arquipélago que, no passado sábado, sofreu uma das maiores catástrofes dos últimos anos nesse local. O presidente da AMI acrescentou ainda ao JPN que vai ser criada “uma campanha de angariação de fundos que será canalizada para a Madeira”.

Relembre-se que Fernando Nobre é candidato independente às eleições presidenciais, às quais já se conheceu o nome de outro candidato, Manuel Alegre, do Partido Socialista. O anúncio oficial da candidatura do presidente da AMI deu-se na passada sexta-feira, em Lisboa.