Hoje, quinta-feira, e amanhã, sexta-feira, o auditório do Passos Manuel recebe, a partir das 22h00, um conjunto de artistas independentes de estilos variados, cujo ponto em comum é “terem mérito reconhecido por um público relativamente restrito”. É o festival “Um beijinho para a minha mãe” que quer mostrar ao público “nomes reconhecidos mas com pouca visibilidade”, explica, ao JPN, Tiago Correia, um dos organizadores.

O evento nasceu da vontade de criar no Porto uma iniciativa de diferenciação musical. Tiago Correia e Francisco Abrunhosa tomaram consciência de que, no Porto, existiam poucos festivais “centrados realmente na música e não no ambiente ou na festa em si”. Por isso, decidiram avançar com uma iniciativa que conseguisse agremiar “artistas que ninguém conhece, a não ser aqueles que realmente apreciam o trabalho”.

Mais do que servir como forma de divulgação destes músicos, o festival ambiciona “criar um interesse generalizado para este tipo de artistas”, pois, para Tiago Correia, “só assim iniciativas como esta estarão mais presentes no panorama musical do país”.

Programação:

Quinta-feira, 15 Abril, 22h00
OCP
Manuel Gião
Dreams
– Dj Set de André Gomes (Bodyspace)
Sexta-feira, 16 Abril, 22h00
Coelho Radioactivo
O Cão da Morte
Peltzer
– Dj Set dos Zoda/Cade

Adesão surpreendente

Luís Gravito, mais conhecido como O Cão da Morte, é um dos artistas a mostrar-se no festival. O cantautor começou a desenvolver o seu projecto musical em 2007, altura em que escrevia as suas canções em casa e as colocava no MySpace. Hoje já passou por vários palcos em Lisboa, Porto e Coimbra e nas lojas FNAC de todo o país. Em Setembro lança o novo disco.

Para o músico, é “muito bom que existam pessoas interessadas nestes projectos”. Luís Gravito refere que o percurso dos novos artistas passa por “um ciclo e é preciso que alguém o comece”.”Quanto mais toco mais vontade tenho de tocar e mais convites tenho para tocar”, explica.

A longo prazo, pretende-se que a iniciativa “Um beijinho para a minha mãe” se torne numa referência, sendo “reconhecida pela diversidade de estilos e pela boa musicalidade a que está associada”, salienta Tiago Correia, que gostava que este festival fosse “uma casa para os artistas”. “O grande objectivo, mas irremediavelmente utópico, é que ele traga o máximo de recognição para os artistas que lá vão.”

Quanto à adesão do público, Tiago Correia afirma que, “para já, está a ser uma agradável surpresa”, embora se espere que a venda de bilhetes ainda aumente nos dias dos concertos. Luís Gravito não se mostra preocupado com o número de pessoas que vão assistir ao seu espectáculo. Para o artista, o mais importante é “dar uma boa noite às pessoas que lá estiverem”.

Para as próximas edições, a organização promete “bandas diferentes” e “novos artistas que nesse período temporal sejam considerados como uma promessa”.