No primeiro momento em que apareceu no palco, de negro e vermelho, Mariza foi aplaudida ao som das guitarras, com “Recusa”, o primeiro de muitos fados que se escutaram quinta-feira, no Coliseu do Porto.

O cenário, desenhado pelo arquitecto Frank Gehry, levava os presentes para uma casa de fado na Mouraria, ambiente em que a fadista começou a cantar. Um elemento extremamente simbólico para a apresentação ao vivo de “Fado Tradicional”, álbum que marca os dez anos de carreira da artista. Entre músicas, Mariza aproveitou mesmo para explicar que este trabalho inclui temas que já canta “há muitos anos”, pois foram a banda sonora do seu crescimento enquanto pessoa e fadista.

“É um recordar de memórias vividas na Alfama”, disse, referindo-se ao local onde nasceu o fado e onde, pela primeira vez, sonhou ser fadista.

Aliás, para retratar melhor o ambiente que viveu em casas de fado, Mariza cantou sem microfone “Fado Ternura”. Outro momento emocionante aconteceu quando Mariza se sentou numa das mesas do palco e cantou o fado de Jorge Fernando, “A Chuva”.

No alinhamento não faltaram termas como “As Meninas dos Meus Olhos” e “Mais uma Lua”, bem como o single “Promete, Jura”, fado da autoria de Maria João Dâmaso e Sérgio Dâmaso, que contou com a participação de Artur Batalha.

Respondendo ao desafio lançado na sua página do Facebook, Mariza cantou os pedidos dos seus fãs, nomeadamente “Primavera”, “Rosa Branca”, “Meu Fado” e “Cavaleiro Monge”. Mas seria “Gente da Minha Terra”, tema gritada pelo público diversas vezes durante a noite, que emocionaria a plateia. Para esta canção especial, a artista desceu até à plateia, prestando uma clara homenagem ao carinho que tem recebido do público.

No fim, cumprimentou a primeira fila de fãs e agradeceu à cidade do Porto e aos presentes por comprarem bilhete apesar da “dificuldade da vida de hoje”. O concerto terminou com um sentido e longo aplauso colectivo.