Os adeptos portugueses têm uma dose extra de futebol nacional garantido. Se a Liga ZON Sagres já não os impressiona tanto, com um FC Porto imbatível e isolado na frente a tirar de cena o factor competitividade, existe agora uma alternativa: a Liga Europa.

Num grupo de oito equipas, Portugal tem três representantes. O sorteio de sexta-feira, na Suíça, não proporcionou nenhum confronto directo entre equipas portuguesas, mas isso pode acontecer nas meias-finais, se Braga eliminar o Dínamo Kiev e Benfica eliminar o PSV Eindhoven. Apenas o FC Porto tem a certeza de que, até à final (se lá chegar), não vai encontrar nenhum adversário compatriota, até porque parece que encontrou um novo país de estimação: a Rússia. Os dragões ficaram a saber que vão defrontar o Spartak de Moscovo, depois de terem eliminado a outra equipa da cidade, o CSKA.

Foi precisamente por terem eliminado russos (CSKA) e não só (PSG e Liverpool), que as equipas portuguesas garantiram vaga nos “quartos” da Europa. A jornada de ontem (quinta-feira) exigiu grande concentração a Braga, Porto e Benfica.

PSG – Benfica (Total: 2 – 3)

“Vá para fora, cá dentro” também poderia ter sido o mote para o jogo que ontem teve lugar no Parque dos Príncipes, em Paris. O Benfica jogou com milhares de adeptos do seu lado, e usou essa força para acalmar o PSG, que tinha de ir à procura do golo para passar. Jorge Jesus colocou em campo o seu “onze” base, onde apenas destoava a um meio-campo algo apático e pouco defensivo, com Javi García a ser o único homem mais “trabalhador”.

O jogo equilibrado da primeira parte quebrou com o golo de Gaitán, que dava, na teoria, mais oxigénio ao Benfica. Na teoria, porque foi a a partir daí que o PSG começou a dominar a partida, o que levou ao golo do empate, por Bodmer. A primeira parte acabava com a equipa parisiense em cima, mas era o Benfica que estava a 45 minutos da passagem. Foram mesmo as águias a entrar melhor no segundo tempo, mais esclarecidos e perigosos. O PSG poderia ter mudado o rumo dos acontecimentos, mas o “amadorismo” de Erdinç na hora do remate, e Roberto a defender, impediram que tal acontecesse. Depois do PSG, segue-se o PSV nos quartos-de-final.

Liverpool – Sp.Braga (Total: 0 – 1)

Se Inglaterra tem uma rainha, o Braga teve em Anfield Road um rei. Chama-se rei Artur, e é guarda-redes dos bracarenses. O Liverpool não é o “bicho-papão” europeu que era nas últimas temporadas, mas se não fosse Artur a defender dois lances mais perigosos dos ingleses, o Braga poderia não ter passado aos quartos-de-final.

A equipa de Domingos Paciência fez um jogo mais cauteloso do que poderia ter feito. Sempre que um jogador arsenalista ganhava a posse de bola e subia, o resto da equipa não acompanhava e os lances perdiam-se. O Braga foi mais humilde do que deveria ter sido, visto que este Liverpool já não tem a alma que tinha, e não é a ausência do capitão Gerrard que explica isso. O Dínamo Kiev é o obstáculo dos bracarenses nos quartos.

FC Porto – CSKA (Total: 3 – 1)

“Marcar cedo e cedo golo meter, dá confiança e faz vencer”. Esta poderia ser uma adaptação do conhecido ditado, ao FC Porto. Com 50 segundos de jogo, Hulk bateu um livre para a área do CSKA, que surpreendeu Akinfeev e abriu o marcador. Balde de água fria para os moscovitas, que viam as suas possibilidades de continuidade na Europa a diminuírem. A partir daí, o Porto firmou confiança e partiu para um jogo tranquilo, na sua generalidade.

O 2 – 0 chegou por Guarín (outra vez ele) que aproveitou um erro do guarda-redes russo, e folgou ainda mais o resultado para os dragões. O golo de Tosic, aos 28 minutos, só incomodou por momentos. A segunda parte foi sem “stress” para a equipa de Villas-Boas, que geriu o marcador e os jogadores, e prepara agora nova visita a Moscovo, para defrontar o Spartak nos quartos-de-final.