A paralisação de 24 horas dos trabalhadores da CP garante apenas os serviços mínimos estipulados por lei. O Tribunal Arbitral obriga à garantia de 25% das operações, o correspondente a 425 comboios em todos o país. Normalmente, circulam cerca de 1700 veículos diários.

Na estação de Campanhã, no Porto, a circulação de passageiros também esteve afectada. Enquanto alguns se mostravam indignados com a paralisação da CP, outros aguardavam na sala de espera pela chegada do próximo veículo.

Luís Gonçalves tinha conhecimento da greve mas decidiu arriscar, apesar de ainda não ter aparecido “nenhum comboio para Valença”, diz.

Também Jorge Braga ocupa uma das cadeiras da sala de espera da estação, enquanto não chega o “comboio para Aveiro”. Se falhar, Jorge Braga terá que considerar outras alternativas de transporte.

Norberto Rodrigues da Silva, por outro lado, não tinha conhecimento da paralisação dos comboios. “Venho de França e não sabia”, conta.

Viam-se poucas pessoas na estação de São Bento. Apesar disso, ainda houve quem ficasse prejudicado com a paralisação dos comboios.

Catarina aguarda pelo comboio para Devesas. No entanto, se não chegar, opta pelo metro, afirma.

Táxis nem sempre são alternativa

Tal como Noémia, são muitos os que não consideram o táxi como alternativa aos comboios. Em Campanhã, o taxista António Silva disse ao JPN que a situação estava “muito complicada”.

Em São Bento, João Gonçalves partilha a opinião do colega quando afirma que a crise é a grande responsável pela falta de clientes. Não escolhem o táxi porque “se sentem sem dinheiro”, diz.

Os sindicatos já convocaram outras três paralisações, agendadas para as sextas-feiras de 1, 8 e 15 de Abril.