O recente Prémio Pritzker é professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) há cerca de um ano. O JPN falou com duas estudantes da FAUP , futuras arquitectas, que vêem em Eduardo Souto de Moura um grande exemplo.

Joana Cardoso é estudante do quinto ano de Arquitectura. Nunca foi aluna de Souto de Moura, mas afirma que é um privilégio para a FAUP ter um professor reconhecido com o Prémio Pritzker. “A reputação dele traz, inevitavelmente, um grande prestígio para a nossa faculdade”, afirma.

A estudante do quinto ano considera que o trabalho do arquitecto “é de muita qualidade e que vai muito além das questões essenciais da arquitectura. As influências dele são muito valorizadas em Portugal e no estrangeiro”.

O arquitecto portuense de 58 anos é o segundo português a receber o galardão, sucedendo a Siza Vieira. Joana Cardoso já assistiu a algumas aulas teóricas com Souto de Moura e afirma que este se diferencia de Siza Vieira em alguns aspectos. “O arquitecto Souto de Moura segue influências de Mies van der Rohe. Acho que é um tipo de arquitectura que é muito valorizado aqui entre nós, mesmo pelos nossos professores e, ao longo de todo o curso, também a nossa formação foi sempre no sentido de valorizar este tipo de Arquitectura”, comenta.

Joana Silva é aluna do quarto ano de Arquitectura e diz que, “em termos curriculares, é um factor de valorização” para todos os jovens que estudam na FAUP que dois dos seus professores tenham ganho aquele que é considerado o “Nobel da Arquitectura”. “A nível nacional foram os únicos arquitectos que ganharam este prémio e o facto de pertenceram à nossa faculdade claro que é muito prestigiante”, confessa.

A jovem admite que o arquitecto português é uma grande referência e que “tê-lo como professor é daquelas coisas que quase não dá para descrever”. “Para as pessoas que estão ali na faculdade a tirar o curso é motivador”, acrescenta.

Joana Siva lamento, no entanto, que algumas das obras de Souto de Moura estejam entregues ao “abandono”. “A função, aliada ao criador, são dois factores de peso em seu favor, para não estarem ao abandono” diz, referindo-se concretamente à “Casa das Artes“.

Num futuro próximo, ambas enfrentarão o mercado do trabalho, ressalvando a dificuldade que é, em Portugal, poder trabalhar em Arquitectura. Joana Silva revelou que um dos seus objectivos é emigrar, “porque aqui as coisas não estão fáceis em termos de emprego”. Esta ambição da jovem vai ao encontro do conselho dado pelo arquitecto português, Souto de Moura, em entrevista ao JPN.