Uns usam-na como meio de transporte diário. Outros, apenas como uma forma de passar o tempo livre. Mas o que os une é o facto de todos partilharem o gosto de andar de bicicleta. E o Oporto Cycle Chic foi a oportunidade para pedalarem com estilo ao lado de quem tem a mesma a paixão.

Através de amigos ou da página do evento no Facebook, foram muitos os que tiveram conhecimento do “Oporto Cycle Chic” e que não quiseram faltar. “Tive conhecimento do ‘Oporto Cycle Chic’ pelo Facebook”, conta Miguel Sampaio, “mais conhecido como K2 entre a malta das bicicletas no Porto”. Comercial de profissão, Miguel Sampaio explica que, apesar de utilizar o carro diariamente, a bicicleta é o seu veículo de eleição. “Andar de bicicleta é bonito. Desde que haja bicicletas, cá estou eu”.

Também Maria e António descobriram o evento na rede social. “Inscrevemo-nos logo”, diz o casal. Maria conta que o gosto pela bicicleta surgiu desde criança e, apesar de não a utilizar no dia a dia por causa dos filhos, sempre que possível ao fim-de-semana gosta de pedalar. “Não uso diariamente porque com crianças é complicado leva-los à escola de bicicleta. Mas sempre que saímos para algum passeio, normalmente vamos de bicicleta”.

Já Joana começou a utilizar a bicicleta como meio de transporte diário em Barcelona. “Nos últimos seis anos vivi em Barcelona. Deixei o carro cá e lá andava de bicicleta todos os dias para ir trabalhar”, explica a designer gráfica e ilustradora. Mesmo depois de ter voltado, não perdeu o hábito.

Vestidos longos, blazers, saltos altos, penteados e chapéus clássicos coloriram a tarde na baixa do Porto. O “Oporto Cycle Chic” queria aliar o ciclismo à moda, mostrando que é possível andar bem vestido sobre rodas. “Não temos necessariamente de andar de fato-de-treino e de sapatilhas para andarmos confortavelmente de bicicleta”, acredita Maria. “É só preciso ser um pouco criativo, e consegue-se aliar perfeitamente com conforto à bicicleta e a algum estilo”.

O estilo pode não ser um impedimento para andar de bicicleta, mas as questões de segurança e acessibilidade das ruas do Porto desmotivam os ciclistas. Para Joana, a cidade Invicta não oferece as condições necessárias para a prática do ciclismo urbano. “Na cidade do Porto é muito complicado. Em Barcelona é tudo plano e há imensas ciclo-vias. Aqui é praticamente impossível andar de bicicleta”.

Mesmo assim, os participantes não quiseram faltar. “É uma forma diferente de gozar a cidade e de gozar a bicicleta, o passeio e os amigos”, refere António. “E, se calhar, é uma maneira fantástica de revitalizar esta ideia do passeio urbano de bicicleta”.

Os ciclistas urbanos que estiveram presentes no “Oporto Cycle Chic” elogiaram a iniciativa e, tal como António, esperam que “se torne um hábito, anual ou mais do que isso”.

A Ribeira foi o ponto de partida para um passeio diferente pela cidade do Porto, que durou duas horas até alcançar a meta, na Foz.