Vista por muitos jovens como a oportunidade perfeita para expandirem conhecimentos e se inserirem num grupo, a Academia RTP arrancou em Março e vai agora a meio da sua duração prevista. Dos 1255 projetos que concorreram apenas 67 chegaram à fase final e se encontram em desenvolvimento.

Foi o espírito coletivo do projeto que impulsionou Ricardo Nunes, estagiário da Academia, e os restantes elementos do seu grupo, a reunirem-se “dia sim dia sim, à noite, para arquitetar uma ideia que lhes desse algum tipo de esperança de singrarem na Academia RTP“, conta o próprio. Foram selecionados e o resultado converteu-se num nome – “ETC Design” – e que, mais tarde, numa segunda fase do projeto, se veio a fundir com outra ideia semelhante – as “Cidades Criativas”.

Envoltos em expetativas, “no inicio não sabiam ao que iam”, como conta Marta Portocarrero, também estagiária da Academia. “As duas semanas iniciais foram muito importantes, foram as duas semanas de recruta em que nós tínhamos conferências todos os dias e pudemos aprender um bocado sobre o mundo da comunicação”, esclarece. A partir daí, “as expetativas foram cada vez mais elevadas e com mais vontade de fazer mais e melhor”, continua.

Apesar de reforçar a importância do coletivo, Joana Cordeiro, estagiária, refere que, no que respeita aos gostos pessoais, já desenvolveu muito mais as capacidades na área do jornalismo, o campo que “maioritariamente mais gosta”. As palestras às quais já assistiu sobre as várias áreas dos média e que contaram com a presença de grandes nomes da comunicação fizeram-lhe “aprender muita coisa todos os dias”, explica.

Família Academia RTP

A colaboração de profissionais da comunicação neste projeto “não só é importante para nós (estagiários), mas também para a RTP, que tenta transmitir a mensagem de que também quer ensinar”, avança Ricardo Nunes.

Os profissionais que acompanham tecnicamente os estagiários ao longo de todo o processo, além de terem em comum a comunicação, desfrutam com eles das particularidades de uma geração próxima. Marco Oliveira, um dos gestores da Academia RTP, diz que não há um fosso muito grande, uma vez que partilham “mais ou menos as mesmas linguagens”.

“Em relação àquilo que lhes damos tecnicamente, eles também percebem que não somos a velha guarda do audiovisual. Somos mais abertos a novas abordagens, ao próprio conceito experimentalista e arrojado da Academia”, salienta o gestor. No entanto, Marco Oliveira garante ser importante a imposição de “algumas balizas”, para que haja um maior equilíbrio entre ambas as partes.

Mas não só de um grande conjunto de conhecimentos técnicos se faz a Academia RTP. Existe o outro lado. O lado que tecnicamente não é possível ensinar, embora seja possível pôr em prática. E este prende-se com os afetos e com os laços humanos que se criam entre todos que por lá andam. Marta Portocarrero conta que teve “oportunidade de conhecer pessoas muito diferentes, mas ao mesmo tempo com algo em comum”. Já Joana Cordeiro sublinha que “criou boas amizades” que já lhe ensinaram muito.