O Hard Club revelou que não tem pago a renda do espaço à Câmara Municipal do Porto. Além disso, alguns dos funcionários do estabelecimento do antigo mercado Ferreira Borges encontram-se com os salários em atraso. Ao JPN, Ana Póvoas, porta-voz do Hard Club, não quis revelar o valor da dívida mas admite que tem sido “complicado manter tudo nas condições atuais”, face à instável situação financeira.

Ana Póvoas justifica a dívida do Hard Club com o atraso no pagamento dos subsídios do Turismo de Portugal, dependente do ministério da Economia, que já deviam ter sido pagos em agosto de 2011. No total, o valor da dívida do Estado é de 320 mil euros, de verbas do QREN, mais 200 mil euros de reembolso de IVA, relativo à fase de projetos e investimento.

Apesar de Póvoas revelar que houve “efetivamente um atraso”, uma fonte do Turismo de Portugal disse à agência Lusa que este “cumpre, como é habitual, todas as suas obrigações financeiras no que respeita à transferência dos incentivos financeiros, não constituindo este caso qualquer exceção à regra”. O documento, assinado em julho de 2010, com o Turismo de Portugal, previa a entrega de cerca de 1,5 milhões de euros, tendo já sido pagos 1,1 milhões desse valor.

Apesar da “situação complicada”, Póvoas garante que o Hard Club é financeiramente auto-suficiente, apenas com os lucros da programação, mas a fase de investimento inicial, na ordem dos três milhões de euros, “foi muito avultada”. O estabelecimento recebe “uma média de 40 eventos e 50 mil visitas por mês”, números “acima das expetativas”, para Ana Póvoas. O Hard Club abriu as portas, no antigo mercado Ferreira Borges, em setembro de 2010, assumindo a concessão do espaço durante 17 anos.