O conceito de “graduate show” não é novo e nem sequer é tipicamente português. Comum nos países anglo-saxónicos, é uma oportunidade dada a recém-licenciados de exporem ao público os seus trabalhos finais. O triângulo composto por escolas, alunos e indústria é a imagem certa para explicar a ideia de uma exposição deste género, como a que acontece no Porto, de 28, quinta-feira, a 30 de junho, sábado.

Nesta primeira mostra, de cariz “experimental para testar o mercado”, o PORTfolio – Creative Graduate Show quer dar a conhecer o que se faz no meio universitário na área das “indústrias geradoras de conteúdo”, ocupando, para isso, as arcadas e algumas salas do Arquivo Distrital do Porto, na rua das Taipas.

Ricardo Monteiro, da organização da exposição, explica, em entrevista ao JPN, que o objetivo é fazer “com que a indústria vá ao ensino superior buscar conhecimento para ser aplicado a casos-base”, procurando, a longo prazo, “descobrir talentos e apresentá-los ao público”. A aposta recai, assim, em “áreas com maior potencial comercial”, como é o caso do design, da arquitetura e da multimédia.

Ao todo vão estar expostos perto de 60 trabalhos, em representação de 80 alunos de cinco instituições de ensino superior das cidades do Porto e de Aveiro: Escola Superior e Artística do Porto (ESAP), Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos (ESAD), a Universidade do Porto (UP), a Universidade Católica Portuguesa (UCP) e a Universidade de Aveiro (UA).

Inspiração para jovens profissionais

Com o apoio da Agência Inova, esta iniciativa independente difere de outras mostras de trabalhos finais universitários, como é o caso do Close-UP, organizado pela Heart of Glass – associação cultural, uma vez que não é organizado por alunos mas sim por uma entidade independente que busca criar uma rede de contactos entre os intervenientes.

O PORTfolio conta ainda com atividades paralelas à exposição, como um programa de prémios (duas viagens a Londres para a Semana do Design, a realizar em setembro) e um ciclo de conversas.

Ao longo dos três dias, a programação apresenta oito conversas onde vão marcar presença, entre outros, José Paixão, do projeto “Arrebita!Porto”, a fotógrafa Rita Lino, o designer Enea Lefons ou o curador Rui Louro.

Ao contrário do que o nome do evento indica, as apresentações de portefólios não têm aqui lugar. As conversas estão pensadas para funcionarem como um “guia prático” e, também, como “inspiração para jovens profissionais”. Para assistir às conversas agendadas para cada dia é necessário pagar seis euros; caso queira participar em apenas uma, o custo é de três euros. A entrada na exposição é gratuita.

O objetivo “é fazer e não pensar”, descreve Ricardo Monteiro, que estudou Gestão Criativa em Londres, cidade onde reside.

Notícia atualizada às 11h31 do dia 28 de junho de 2012