No final do simpósio “Evolução darwiniana e heterogeneidade clonal no cancro humano – implicações biológicas e clínicas”, que tem lugar esta segunda-feira, na Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, vai ser oficializada a criação da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro. Patrocinado pela European Association for Cancer Research (EACR), este departamento de investigação representa o primeiro da especialidade no país.

Leonor David, professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e membro do IPATIMUP, é a presidente do comité da associação. À Agência Lusa, diz que “é muito importante que em Portugal exista uma associação deste tipo, que permitirá também fazer um diálogo europeu, ter interlocutores na discussão que se vai fazer nos próximos anos sobre investigação em cancro e na definição de estratégias para esta área”. No fundo, “(…) a ideia é constituir um espaço de discussão interdisciplinar das pessoas que trabalham em cancro”.

A fundação deste grupo português ganha maior pertinência, tendo em conta que os valores nacionais na investigação cancerígena são cada vez mais reconhecidos. Por exemplo, o simpósio em que a associação vai ser oficializada, tem como figura central Carlos Caldas, responsável máximo pelo laboratório de investigação de cancro da mama, no Instituto de Cambridge (Reino Unido).

Um outro exemplo é Miguel Godinho Ferreira, investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência e primeiro vencedor do prémio Simbiontes. Outrora apoiado pela Associação para Investigação Internacional do Cancro (AICR), poderá agora encontrar um órgão nacional focado na área.

A oficialização da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro vai contar com a presença de Julio Celis, presidente da EACR, Manuel Sobrinho Simões, diretor do IPATIMUP, Leonor David e toda a restante equipa que forma o novo organismo.