A Associação de Estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (AEFBAUP) foi a primeira a chegar ao local. De faixa e cartazes na mão, os estudantes alinharam-se para começar o protesto, enquanto esperavam perto da estação de metro do Bolhão por outros participantes.

A marcha reivindicativa tinha encontro marcado às 17h30 desta quarta-feira, 22 de maio. Pouco depois, juntava-se à AEFBAUP a associação estudantil da Escola Superior de Educação (AEESEP) – a organizadora do evento. Seguiram-se as AE da Faculdade de Engenharia e Letras da UP.

As reivindicações eram simples: melhores condições para o Ensino Superior, fim do regime de propinas e uma distribuição mais equitativa do Orçamento de Estado. Dentro do grupo de manifestantes, foram constantes os pedidos para a demissão do Executivo e as críticas à banca – considerada responsável pela crise que, ainda assim, recebe uma boa fatia do empréstimo dado pela Troika a Portugal.

O grupo, com cerca de 50 estudantes, caminhou pela Rua de Santa Catarina até à Praça da Batalha. O protesto cativou a atenção dos olhos de quem estava ao longo do trajeto. No final, perto do Cine-teatro da Batalha, o grupo de trompetes da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo esperava os manifestantes para um concerto final.

Uma marcha em prol de melhores condições materiais e humanas

A AEESEP e a AEFBAUP foram as associações mais reivindicativas de todo o contexto deste protesto. Melhores condições materiais e humanas – aquilo que motiva a luta de ambos os grupos.

“Consideramos que o investimento que deveria estar a ser feito no Ensino Superior está a ser desviado – ou mesmo roubado – para outros setores”, afirma Maria João Antunes, presidente da AEESEP.

Ao JPN, acrescenta que a proposta da associação é a seguinte: investir naquilo que vai trazer dividendos ao país, como é o caso da educação, em vez de se dirigir o dinheiro a setores que dão prejuízo. Isto, porque o problema é a falta de dinheiro para os estudantes conseguirem pagar os encargos do Ensino Superior, como o passe, as propinas e a alimentação.

O investimento que deveria estar a ser feito no Ensino Superior é roubado para outros setores

Maria João Antunes, presidente da AEESEP

A presidente da AEFBAUP também é defensora de mais recursos para os estudantes. “Pagamos 1000 euros de propinas e nem uma folha de papel nos dão”, conta Inês Soares, considerando, de igual forma, a questão das propinas absurda e sinónimo de falta de apoio governamental. “Não consigo compreender qual a lógica de financiar menos o Ensino Superior, já que pagamos propinas, materiais, transporte e alimentação”, explica.

Maria João referiu que os cortes nas instituições foram, entre 2011 e 2013, cerca de 40% – naquela que é, para a presidente, uma área fulcral para o desenvolvimento do país. Já a AEFBAUP só ficará satisfeita quando conseguir travar estas medidas que têm vindo a pôr em causa a “vidas de estudantes e famílias”, e mudar alguma coisa.