É verdade que os Green Day cantam “Wake Me Up When September Ends”, mas certamente que já existe muita gente com vontade de adaptar a música dos norte-americanos e traduzi-la da seguinte forma: “Acorda-me quando em setembro o D’Bandada começar”. Em específico, a 14 de setembro, dia em que decorre o evento que promove inúmeros concertos gratuitos, nos locais mais inusitados do Porto.

Esta terça-feira, Pedro Moreira da Silva, diretor de comunicação da Optimus – patrocinadora da iniciativa -, Henrique Amaro, diretor artístico da Optimus Discos, Hugo Neto, diretor geral da Porto Lazer, e Guilhermina Rego, vereadora do Conhecimento e da Coesão Social, apresentaram o “D’Bandada” à comunicação social, no Clube Fenianos Portuenses, que, nesta edição, vai ser o “quartel-general” do evento, onde vão decorrer alguns concertos, como, por exemplo, os de Miguel Araújo e de Samuel Úria, e onde os artistas se vão instalar.

Artistas que, convém referir, haverá para todos os gostos. Mas como o “D’Bandada”, desde o início, é conhecido como o “São João da música”, bastante tradicional e popular, um dos “cabeças-de-cartaz”, este ano, é Tiago Pereira, autor do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria“. Henrique Amaro refere que a organização está “a escolher um sítio digno para trazer a ruralidade” das criações de Tiago Pereira ao Porto.

Porto vai ter jazz internacional

Uma das parcerias mais estimadas pelo “D’Bandada” é aquela com a Clean Feed, a editora de referência internacional na área do jazz. Por isso, estão garantidos momentos “pintados” de blues.

Uma estafeta, uma maratona, ou “venham cantar lá na zona”

Ainda assim, existem artistas que já sabem onde vão atuar, como é o caso de António Zambujo e os Best Youth, que dirigem-se, a 14 de setembro, para a Praça dos Leões. Todos os restantes, caso dos Blaya, Tape Junk, Ciclo Preparatório, Voxels, Awsum, Little Friend, Pedro Puppe, Ninja Kore, entre outros, ainda não têm coordenadas para colocar no GPS. Mas, para isso, existe uma explicação bastante aceitável.

“A nossa ambição é de que a participação nesta D’Bandada não seja só para os consumidores de música”, diz Pedro Moreira da Silva. O objetivo do evento é “convidar a cidade a juntar-se a esta festa”. Para isso, a organização, composta pela Optimus e pela Câmara do Porto, convida todas as pessoas, lojas, cafés, restaurantes, clubes, casas, a sugerirem as próprias programações (horários de concertos, artistas, entre outros dados) e a candidatarem-se para receber o festival, em [email protected].

Capicua vai “exercitar” a palavra

A MC Capicua é presença garantida no D’Bandada e, no festival, vai promover um espaço designado de “Língua Franca”, em que vários nomes das letras, da música e não só, serão convidados a partilhar os seus conhecimentos na utilização da palavra, em forma de atuações.

Porém, quem não quiser ficar confinado a um espaço poderá “correr” pelas ruas da cidade atrás de quatro bandas que vão participar numa estafeta organizada pela Lovers & Lollypops – o conceito “obriga” os grupos a atuarem em movimento e a passarem o testemunho a outras bandas que se encontram noutras zonas. Já à noite, quem ainda tiver energia, terá, no Plano B, a “pista” ideal para uma maratona musical – várias bandas atuam num espetáculo “sem paragens e em que não vai haver silêncio”, conta Henrique Amaro.

A 14 de setembro, portanto, tudo isto vai agitar o Porto. Para Guilhermina Rego, “o D’Bandada muito tem contribuído para o facto de a cidade ser considerada um dos melhores destinos europeus” e, por isso, a iniciativa mantém-se, com um “objetivo de requalificação urbana”.