Desde 2007 que a Casa da Música (CdM) organiza o Música & Revolução, um festival cuja génese esteve desde sempre ligada à “celebração do espírito do 25 de abril” e que este ano assume particular importância com os 40 anos da revolução portuguesa e o centenário da Primeira Guerra Mundial.

Sob o lema “Música e Conflito”, porque afinal “a música esteve sempre associada à guerra” – fosse como “instrumento intimidatório do inimigo”, fosse como “moralizador das tropas” – como diz António Jorge Pacheco, diretor artístico e de Educação da Casa da Música; a programação está à altura das celebrações.

O ponto alto acontece no domingo, 27 de abril, às 18h: a Sala Suggia recebe em primeira mão a interpretação de “Le Soldat Inconnu” [“O soldado desconhecido”, em português], de Georges Aperghi, pela Remix Ensemble da Casa da Música. Uma obra inspirada num trabalho de Kafka, descrito pelo autor como “lapidar e sem ornatos”, que seguirá depois para “as salas europeias”. A entrada tem o custo de 11 euros (8,25 euros com Cartão Amigo).

Também a não perder, a 30 de abril, surge “Curado”. Um teatro musical que herda o nome do primeiro soldado português a morrer na Primeira Guerra Mundial – António Gonçalves Curado – e une jovens do Balleteatro do Porto com ex-combatentes da Associação de Deficientes das Forças Armadas.

O espetáculo parte precisamente das “memórias vividas pelos soldados presentes na Guerra Colonial” e é quase “uma viagem às histórias passadas em Angola e Moçambique”, com direito a “sons recuperados dos anos 60” e “à música que se fazia na altura”. A direção artística é da responsabilidade de Tim Yealland e a entrada custa seis euros (4,5 euros com Cartão Amigo).

Festival decorre de 25 de abril a 1 de maio

Mas o festival começa cinco dias antes, a 25 de abril, com “os três grupos da casa”: o Coro, a Orquestra Barroca e a Orquestra Sinfónica do Porto. Os concertos, dignos de “Esperança em Tempo de Guerra“, começam às 21h, na Sala Suggia, com interpretação de obras de Schonberg, Handel, Zelenka ou Rameau e um “formato de concertos que sai do formato tradicional”. Os bilhetes custam 15 euros (11,25 euros com Cartão Amigo).

No dia seguinte, a 26 de abril, acontece o “Amor em Tempo de Guerra“. Começa às 18h, na mesma sala, e une novamente a Orquestra Sinfónica e a Orquestra Barroca da Casa da Música. A segunda assegurará a interpretação de “Il Combattimento di Tancredi et Clorinda”, de Claudio Monteverdi, “uma das obras mais importantes da história da música ocidental”. O preço mantém-se nos 15 euros mas por mais 16, é possível jantar.

A Banda Militar do Porto faz as honras a 27 de abril. Pouco antes da estreia mundial pela Remix Ensemble, às 12h, os militares sobem ao palco pela direção do capitão Alexandre Coelho. Um concerto que, “em ano de eleições europeias”, “tem como objetivo homenagear todos os compositores europeus que ao longo do tempo escreveram para este tipo de argumento musical”. A entrada custa oito euros (seis, com Cartão Amigo).

A festa termina a 1 de maio, no espaço que até lá recebe a iniciativa – a Sala Suggia, com “Champagne for Gypsies” e “uma música nascida sobre uma linha de fronteira desafortunada”, por Goran Bregovic. Custa 15 euros (com Cartão Amigo, fica por 11,25 euros) e começa às 21h.

Música & Revolução | 25 Abr – 01 Mai from Casa da Música on Vimeo.