Fernanda Lapa já conta 50 anos de carreira e será a atriz e encenadora homenageada na primeira edição do novo festival de teatro de Matosinhos, 100% dedicado à dramaturgia lusófona. “Cena Contemporânea de Matosinhos em Português” acontece de 18 a 30 de setembro e recebe espectáculos de teatro brasileiros e portugueses, concertos, debates e workshops.

Aldeotas“, do brasileiro Gero Camilo, inaugura o certame. Segue-se um programa composto do qual também fazem parte obras como “Um dia os réus serão vocês” – com base no julgamento de Álvaro Cunhal em 1950 -; “Breviário Gota D’Água” – em jeito de ensaio público, já que estreia no Cine-Teatro Constantino Nery em outubro -; “O meu país é o que o mar não quer”, de Ricardo Correia – uma história autobiográfica em estreia absoluta -; ou ainda “Ode Marítima”, de Fernando Pessoa, na voz de João Grosso.

Termina, por fim, com “Cidade Encantada”. uma peça de teatro de rua, a envolver cerca de 150 participantes, que assinala os 500 anos do Foral de Matosinhos. Mas entretanto, ainda há tempo uma palestra sobre a escrita de palco com o escritor/dramaturgo angolano Ondjaki, uma conversa/concerto com Sérgio Godinho, uma oficina de escrita para cena contemporânea com Marta Freitas e um debate com autores do norte em torno da escrita para teatro. Sem esquecer a exibição de documentários, videodanças e curtas-metragens de jovens criadores da língua portuguesa.

Vários espetáculos com entrada livre

“Um festival em português cheio de sotaques”, como o descreveu a diretora artística do Cine-teatro Constantino Nery, Luísa Pinto, organizado pela Câmara de Matosinhos e “resultado de um percurso” que a autarquia tem vindo a percorrer na área, ao longo dos últimos anos, explicou Fernando Rocha, vereador da Cultura.

“Queremos que este evento seja uma festa e temos a certeza que vai ser muito bem recebido”, garantiu, destacando ainda o facto deste festival ser “dirigido a todos os públicos”. É que quanto a bilhetes, se uns espetáculos têm o valor de 7,5 euros por pessoa, outros são de entrada livre.

“Nós apostamos na cultura para termos uma identidade enquanto concelho e não estarmos condenados a ser uma cidade ao lado do Porto. Temos que criar hábitos que dêem identidade a Matosinhos e este é um objectivo estratégico através do qual há muitos anos temos vindo a marcar a cena nacional e em alguns casos internacional”, sublinhou o vereador.