É nesta quarta-feira, 30 de setembro, que se inicia a nova temporada do Balleteatro, que, recentemente, recebeu a distinção de Medalha Municipal de Mérito com o Grau Ouro pela Câmara do Porto.

Este ano, a grande novidade é o lugar onde se vai realizar esta inauguração: o Coliseu do Porto. Desta feita, é entre as 19h e as 20h30 que se inicia publicamente a parceria entre as duas entidades, onde o Balleteatro se torna, assim, de forma oficial, numa “Estrutura Artística Residente” do famoso estabelecimento portuense. A entrada para o evento é livre.

Esta iniciativa tem, na verdade, sete espetáculos e performances separadas e individuais a acontecer simultaneamente, oferecendo ao público um roteiro livre por vários sítios diferentes do recinto. Segundo Né Barros, uma das organizadoras do evento com quem o JPN falou, a ideia é “ocupar outros lugares menos conhecidos do Coliseu, que não seja só a sala maior”. Um dos propósitos desta experiência é precisamente “dar já algum sinal do que pode vir a ter a estrutura do Balleteatro como Estrutura Residente deste espaço”.

As performances propriamente ditas incluem Dança, Teatro e Música. Na parte da Dança, o evento conta com uma atuação de Flávio Rodrigues intitulada “Bevy versus” que será no Palco, uma chamada “Contos” dirigida por Elisabete Magalhães a ter lugar no Hall, e outra denominada de “Sol Subterrâneo”, criação da própria Né Barros em conjunto com Alexandre Soares e Flávio Rodrigues, a acontecer no Salão Ático.

Quanto ao Teatro, o evento conta com duas encenações: uma dirigida por Isabel Barros e Teresa Lima, que tem por nome “Histórias entre o Céu e a Terra a partir de textos de Tonino Guerra”, e “Uma versão d’amor”, cuja direção é de Manuel Tur. Por fim, estão ainda incluídos um espetáculo de música e dança com a autoria de Sónia Cunha e Jorge Queijo, chamado “Ocupação”, a acontecer nos próprios corredores do edifício enquanto no exterior do mesmo haverá uma Batucada.

Uma parceria para durar

Este evento é significante, pois, como foi referido anteriormente, marca o início da parceria entre as duas instituições. Para Né Barros, não há muitas dúvidas quanto às potencialidades desta aliança: “Esta parceria será uma parceria que se irá prolongar por vários anos”. O Balleteatro, que tem sido prevalente na área formativa, pretende usar as instalações do Coliseu para divulgar não só espetáculos externos, mas também dar enfoque às suas próprias criações, especialmente com as participações dos seus alunos, como já é o caso neste evento.

A parceria “faz parte de um projeto que vem da ideia de criar sinergia e conciliar projetos artísticos quer do Coliseu, quer do Balleteatro: por um lado, o Coliseu não tinha serviço educativo, não tinha essa componente”. Para além disso, “pode também dar a ver outros espaços, através da realização de eventos e de aulas, que o Coliseu possui e que normalmente não são utilizados”. Para o Coliseu, também esta união acaba por trazer várias vantagens: para além de dinamizar a sua agenda e a sua atividade, tem aqui a possibilidade de “se abrir à cidade, de tornar uma relação mais aberta e estreita com a própria cidade”.

Falando sobre o futuro, a organizadora admite que “ainda não foi definido concretamente o calendário”, mas afirma que os eventos “serão bastante regulares”. Explica, mesmo assim, que “as atividades decorrem durante praticamente todo o ano, há atividades que estão abertas permanentemente”, mas que também haverá “eventos pontuais” num modelo à partida mensal, sem, no entanto, comprometer-se: “Agora depende de como vamos conseguir fazer o programa”.

Ainda acrescenta que “o foco é na abertura, é em dar início a esta parceria através desta comemoração”. “Em novembro voltaremos a dar informações sobre atividades mais regulares”. Apesar disso, Né Barros sublinha que “o importante é que a oferta formativa irá estar presente todos os dias”.