Para Manuel Fontes de Carvalho, o que tinha sido feito até à data era escasso. “Existia um observatório de emprego na Universidade do Porto, mas praticamente apenas se destinava a recolher aquilo que a lei obriga a recolher, ou seja, os dados sobre emprego dos licenciados”, relatou o pro-reitor numa cerimónia que decorreu esta segunda-feira na Reitoria da Universidade do Porto (UP). A ideia de envolver os municípios na procura de emprego dos diplomados partiu da nova equipa reitoral, que pretendia “chegar aos verdadeiros empregadores do país, os 93% que são as pequenas e médias empresas”. O objetivo é ter os municípios “como intermediários junto das pequenas e médias empresas de cada um dos concelhos”.

O pro-reitor da UP falou do sucesso da feira de empregabilidade de 2015. “No ano passado, apesar da feira ter sido apenas organizada pela UP, e de termos cerca de cinco meses para a organizar, tivemos 80 empresas, três mil visitantes e 14.000 currículos”. Este ano, espera ainda melhores resultados com as novas parcerias e iniciativas: “Vamos ter agora a feira virtual das três universidades. Vamos ter a feira presencial, em novembro, na Exponor, e oito dias depois a réplica da feira presencial em Vigo”.

A sessão de assinatura dos protocolos teve lugar no salão nobre da Reitoria da Universidade do Porto, onde estiveram presentes representantes das câmaras envolvidas. Arcos de Valdevez, Barcelos, Fafe, Guimarães, Lousada, Melgaço, Maia, Oliveira de Azeméis, Ovar, Póvoa de Varzim, Paredes, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Santa Maria da Feira, Trofa e Vale de Cambra procuram aproximar os estudantes das empresas que albergam.

Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, presente na sessão, congratulou a Universidade do Porto com a iniciativa que considera permitir “criar mecanismos de contacto que podem ser muito úteis para propiciar oportunidades como estágios, ofertas de emprego ou outro tipo de iniciativas que as câmaras e as universidades decidam promover”.

Já o impacto prático destes acordos no número e na duração das ofertas, é difícil de quantificar, assume o Reitor da UP, Sebastião Feyo de Azevedo: “Se a oferta é de seis meses, um ano ou mais, se é permanente ou não, isso é algo que tem muito a ver com o desenvolvimento da nossa economia”. O importante para o Reitor, é a criação de emprego no pós-formação e não simples estágios. “Estamos a falar da promoção de emprego, porque estágios, os vários cursos têm mecanismos para os criar. Aqui, estamos a falar de criação de emprego pós-formação e isso é algo que nós temos muito gosto em monitorizar para efeitos estatísticos e para perceber o sucesso dessa iniciativa, mas não influenciamos propriamente”, revela.

Na mesma sessão, a UP assinou um memorando de entendimento com a Universidade de Vigo e com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para promover parcerias de criação e divulgação de emprego.  “A ideia inicial era precisamente o envolvimento da UNorte”, explica Manuel Fontes de Carvalho, numa referência ao consórcio assinado em janeiro de 2015 que envolve, além da UTAD, a Universidade do Minho.

O dirigente pensa estar para breve o alargamento a todo o Norte de Portugal e zona da Galiza do acordo assinado esta segunda-feira. “Julgo que o reitor da Universidade do Minho tem todo o interesse em aderir a este projeto proximamente”. Existe também “a possibilidade deste projeto poder ser estendido a toda a Galiza, portanto, com a inclusão das universidades de Santiago de Compostela e da Corunha”.

Com os protocolos assinados com as autarquias e com as universidades de Trás-os-Montes e Vigo, a UP espera perceber quais as necessidades do mercado de trabalho para poder formar alunos de acordo com as exigências dos empregadores. Já as câmaras têm a oportunidade de promover as empresas dos seus concelhos junto de milhares de jovens qualificados.

 

Artigo editado por Filipa Silva