“A Portuguesa” toca. Marcelo Rebelo de Sousa chega à Câmara do Porto e as dezenas de portuenses que ali esperam entoam o hino nacional.

O Presidente da República decidiu incluir a Invicta na sua tomada de posse. “Decidiu-o e decidiu bem”, assegura Rui Moreira. A visita de Marcelo Rebelo de Sousa tem uma carga simbólica, como “homenagem ao Porto” e às “virtudes nacionais”, num tempo que o próprio diz ser de “desânimos”.

Com um discurso de esperança, que se apoia no passado para dar provas do que é possível fazer no presente e no futuro, Marcelo Rebelo de Sousa veio ao Porto “abrir caminho ao sonho”. Um discurso que evoca o passado do “berço de liberdade e democracia”, para justificar o presente e que perspetiva “um futuro de grandeza”, com base na “vocação universal dos invictos”.

É tempo de largar o passado e de seguir em frente. Um caminho que Rui Moreira quer que passe pela descentralização.

O Presidente da Câmara do Porto alerta para a pluralidade das regiões portuguesas. Uma pluralidade que se transformou em “assimetrias e desigualdades”, entre grupos, regiões e classes sociais.

Lê-se nas ruas que o Porto não é uma cidade, é um sentimento. Marcelo tenta definir “os invictos”. Evoca Sophia de Mello Breyner, Miguel Torga e Alexandre Herculano para o ajudar na definição dos portuenses, que nunca cederam “ao desalento, ao pessimismo e ao derrotismo”.

O Presidente da Câmara do Porto deposita a esperança num presidente de todos os portugueses. Pede ainda que Marcelo lute “contra a desigualdade e a injustiça”, e “erga a sua voz” contra o centralismo. “Estou certo de que o será, de que lutará e de que o fará”, conclui o edil portuense.

O autarca pede espaço para os que querem “ousar, arriscar, fazer mais e melhor”. Já Marcelo garante que a Invicta “é terra geradora de elites em todos os domínios”, da cultura, à arte, do desporto, à economia e à universidade.

Marcelo Rebelo de Sousa deixa dois apelos aos portuenses: que não deixem de ser livres e de acreditar que as suas obras não são “poder do acaso”.

Rui Moreira abre as portas ao Presidente da República. “Sinta-se sempre muito bem-vindo” na cidade onde, como Marcelo define, “é impossível não acreditar em Portugal”.

Cá fora, dezenas de pessoas esperam por Marcelo, o Presidente. No estilo irreverente, a que já habituou os portugueses, o Presidente da República fura o protocolo e cumprimenta com beijos e abraços os que, calorosamente, gritam “Marcelo, Marcelo” e lhe desejam “força” para a caminhada de cinco anos que acabou de começar.

Simbolicamente, a visita do chefe de Estado ao Porto terminou com uma ida ao Bairro do Cerco.

 

Artigo editado por Filipa Silva