Um jovem estudante de 20 anos morreu na madrugada desta sexta-feira, no parque de estacionamento da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), pelas 4h30.

Depois de os primeiros relatos terem apontado para uma morte resultante de um espancamento, ocorrido à saída de uma festa na FEUP – o FEUP Caffé – fontes da Polícia Judiciária estão a ser citadas por vários órgãos de comunicação social dando conta que “uma queda involuntária” da vítima como causa mais provável do desfecho trágico.

O estudante em causa é Joel Rafael, estudante do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), natural de Baião. “O nosso estudante Joel José Queirós Rafael, que frequentava o Ano Zero do ISCAP, faleceu esta madrugada na sequência de um incidente no campo da Asprela”, informa um comunicado conjunto do ISCAP e do Instituto Politécnico do Porto.

O presidente do ISCAP vai deslocar-se a Baião, de onde é natural o estudante, para prestar condolências à família do estudante. As instituições informam ainda que estão “em contacto direto, desde as primeiras horas da manhã, com as autoridades policiais e académicas de modo a compreender as circunstâncias desta ocorrência”.

O incidente deu-se à saída de uma festa organizada pela Associação de Estudantes da FEUP, a qual terminou por volta das 4h00. De acordo com informações recolhidas pelo JPN, estas festas têm serviço de segurança privada. O incidente aconteceu, contudo, no exterior e já depois da festa ter terminado.

Os jovens que acompanhavam Joel Rafael também terão sido envolvidos na confusão. Fonte próxima da vítima adiantava esta manhã ao JPN que terá sido o facto do jovem ter batido com a cabeça no chão com violência que se terá revelado fatal.

A AEISCAP emitiu, entretanto, um comunicado no qual envia “uma palavra sentida” à família e aos amigos do estudante do instituto. A Associação de Estudantes disponibiliza-se também “para prestar todo o apoio que nos seja solicitado”, pode ler-se no comunicado.

FEUP lamenta

A FEUP foi a primeira instituição a enviar uma nota à comunicação social, na qual lamenta “muito o sucedido esta noite nas imediações da FEUP, em particular a morte de um jovem estudante da Academia do Porto.”

“Sabemos que a agressão ocorreu no exterior aos edifícios da FEUP e pelo que foi apurado junto da Polícia não estão envolvidos estudantes da Faculdade de Engenharia nem da Universidade do Porto”, dizem.

João Falcão e Cunha, diretor da FEUP, apresenta as condolências aos familiares do estudante e espera que as autoridades venham “a identificar os agressores rapidamente”.

Zona levanta problemas de insegurança

Há vários estudantes que se queixam da falta de segurança na zona onde ocorreu o incidente. Daniel Freitas, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), assegura ao JPN que “a FAP tem tido a preocupação de reunir com a PSP e debater as questões de segurança dentro do perímetro universitário”, existindo inclusive “um protocolo que abrange a zona da Asprela” onde tudo aconteceu.

Segundo Daniel Freitas, ao longo do dia são feitas várias rondas policiais na zona. Como tal, “não atribui as causas do acidente à falta de patrulhamento”, pois considera que “a PSP faz o que lhe compete”. “É impossível controlar tudo e estar presente em todas as ocorrências. A PSP tem feito o seu trabalho e não atribuo o acidente à falta de patrulhamento, até porque ainda não se sabe o que aconteceu”, refere ao JPN.

Contudo, o presidente da FAP pretende “voltar a reunir com as autoridades no sentido de apurar responsabilidades, perceber o que aconteceu e melhor as medidas de segurança, se assim for necessário.”

“Não é uma zona de criminalidade anormal”

Carlos Oliveira, diretor de comunicação da FEUP, adiantou ao JPN que a faculdade não tem conhecimento das motivações do incidente. Contudo, garante que estão a “prestar toda a colaboração possível à PJ para encontrar os agressores”.

Quanto à segurança, Carlos Oliveira considera que aquela “não é uma zona de criminalidade anormal” e que não existe falta de vigilância. “Há já muitos anos que a PSP organizou uma equipa específica de vigilância no pólo da Asprela. Essa equipa está em constante colaboração com as faculdades e as Associações de Estudantes no sentido de minimizar os problemas. Há registos, de facto, de alguns casos de furtos, mas a polícia tem atuado sempre com extrema providencia e com bons resultados”, confessa ao JPN.

Até serem apuradas as causas do incidente, a FEUP não prevê tomar medidas de reforço da segurança. “Vamos estar atentos ao que deverá ser feito”, assegura Carlos Oliveira.

Artigo atualizado pela última vez às 17h44 do dia 1 de abril. No texto foram introduzidas correções quanto às circunstâncias da morte do jovem estudante do ISCAP.