A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) em Portugal lançou, esta terça-feira, mais uma campanha, com o lema “A discriminação é falta de educação”. Desta vez, de sensibilização nacional contra a discriminação das comunidades ciganas. A EAPN Portugal partilhou um vídeo e sete fotografias que passam uma mensagem, com carácter humorístico, relacionada com estereótipos associados aos cidadãos de etnia cigana.

O JPN falou com Sandra Araújo, diretora executiva da associação de solidariedade social, que defendeu a necessidade de “combater os mitos, as imagens negativas e todas as ideias pré-concebidas a respeito das comunidades ciganas”.

A EAPN Portugal já tem vindo a trabalhar especificamente em torno desta problemática nos últimos 20 anos. “São um dos grupos mais atingidos pela pobreza e pela exclusão social em Portugal”, justifica Sandra Araújo. A este motivo, junta-se também a comemoração do Dia Internacional do Cigano, a 8 de abril, para o lançamento da campanha da associação.

Os suportes materiais da campanha não são, de todo, o mais importante para a diretora da Rede Europeia Anti-Pobreza de Portugal. Os cartazes e os posteres, que vão ser distribuídos a partir desta sexta-feira, são apenas um meio de passar a principal mensagem da EAPN: “Queremos quebrar as atitudes discriminatórias de que esta comunidade tem sido alvo”, alerta Sandra Araújo.

A campanha da EAPN Portugal está dividida em vários momentos. “A primeira fase consiste na distribuição dos cartazes e na difusão do vídeo, ou seja, tentamos criar uma onda e encontrar parceiros que possam transmitir a nossa mensagem e colaborar connosco”, explica Sandra.

A diretora executiva da associação indica ao JPN que pretende chegar até escolas, autarquias e outras instituições para divulgar a ação de sensibilização. A segunda fase do projeto vai contar com a publicação de “O Singular do Plural”, com edição prevista para maio, e com uma exposição fotográfica sobre o tema das comunidades ciganas, de 14 a 20 de maio.

A exposição fotográfica vai expor mais 13 rostos, para além dos sete que já estão a circular pelo país, nos cartazes de divulgação da campanha. “São pessoas de etnia cigana que dão a cara pela campanha e lhe dão um carácter mais humano”, defende Sandra. Apesar de ser um projeto “relativamente longo”, a diretora acredita que o “grande culminar” vai ser no dia 24 de junho, no Dia Nacional do Cigano: “Ainda estamos em negociações, mas teremos outro vídeo que gostaríamos que se tornasse num ‘spot’ televisivo”.

A Rede Europeia Anti-Pobreza de Portugal pretende, com este projeto, passar uma imagem positiva, para o cidadão comum, sobre a minoria cigana. No entanto, este não é o único objetivo da campanha: “Tentamos atingir as próprias comunidades ciganas, passando a mensagem de que é possível ter um lugar na sociedade portuguesa. Vamos contribuir para uma sociedade mais igualitária e mais coesa”, esclarece a diretora da EAPN Portugal.

Artigo editado Sara Gerivaz