Um incêndio deflagrou, na tarde deste sábado, no edifício de uma pastelaria no centro histórico do Porto. Duas pessoas ficaram desalojadas e um dos bombeiros que combateu as chamas ficou ferido.

O alerta foi dado aos bombeiros perto das 18h deste sábado, na sequência de um incêndio que deflagrou na cozinha do estabelecimento comercial “Cristo Rei” na Rua de Fernandes Tomás, na baixa do Porto. As chamas propagaram-se rapidamente ao edifício de três andares, consumindo sobretudo a parte traseira. Os Bombeiros Sapadores e os Voluntários do Porto mobilizaram cerca de 40 operacionais ao local.

Pedro Barbosa, morador do edifício contíguo ao da pastelaria “Cristo Rei”, contou ao JPN que a primeira preocupação, depois de se aperceber do fumo que chegou a sua casa, foi abandonar o edifício, juntamente com o filho de cinco anos. “Estava com o meu filho em casa quando reparei no fumo que saía do exaustor da cozinha da ‘Cristo Rei’. Entrei dentro de casa e apercebi-me que o fumo se tinha alastrado através do soalho. Peguei no meu filho e saí porta fora. Quando lá cheguei, todos os clientes já tinham abandonado a pastelaria”, explicou.

Os trabalhadores da pastelaria “Cristo Rei” ajudaram os clientes a deixar o estabelecimento, enquanto os moradores dos prédios vizinhos deixavam as suas habitações. Pedro Barbosa ficou até à meia noite de sábado sem saber se a sua casa estava em risco de ficar totalmente destruída pelas chamas. “Foi uma angústia até saber se a minha casa ia arder ou não. Fiquei a aguardar até à meia noite, altura em que pude, finalmente, entrar e avaliar os estragos. Está muito danificada, parcialmente destruída”. Segundo Pedro Barbosa, a Proteção Civil disse-lhe que a habitação “não tinha condições” e espera agora ser realojado, juntamente com o filho.

Na manhã desta segunda-feira, ainda se sentia um intenso cheiro a queimado nas redondezas da pastelaria. Populares reunidos em frente ao estabelecimento ressalvavam o facto de “não ter morrido ninguém” e de isso ser o “mais importante” na envolvência de toda a situação.

Um dos bombeiros que prestou combate às chamas foi a única vítima do fogo que lavrou durante mais de duas horas no centro da cidade, deixando inacessível o troço de Fernandes Tomás entre as ruas de Bonjardim e de Sá da Bandeira. O bombeiro dos Sapadores do Porto, devido a excessiva inalação de fumo, foi transportado para o hospital. O fogo não fez mais vítimas, mas provocou fumo intenso e elevado aparato, que trouxe dezenas de pessoas para a rua.

Pedro Barbosa ressalvou ao JPN o “esforço dos bombeiros”, sublinhando que “todos deviam ser louvados pelo seu trabalho incansável e profissional”. Contou ainda que a corporação saiu do local às 11h30 de domingo e que durante a noite estiveram a fazer o rescaldo do incêndio no interior da sua casa. Quanto à pastelaria, o morador avalia a sua destruição “em 95%”, pelo que conseguiu observar.

A Proteção Civil começou os trabalhos de remoção de escombros e de limpeza esta segunda-feira. A explosão de uma frigideira terá estado na origem do incêndio. Segundo dados avançados pelo JN, somam-se mais de 400 mil euros de prejuízos no estabelecimento. António Lopes, responsável da loja, espera voltar a abrir a pastelaria dentro de um mês.

Artigo editado por Sara Gerivaz