O reitor da Universidade do Porto (UP), Sebastião Feyo de Azevedo, prestou homenagem, este fim de semana, a Daniel Serrão e a Mário Soares através de duas notas públicas nas quais destacou as características históricas, profissionais e pessoais, que fizeram de ambos figuras marcantes da sociedade portuguesa.

De Mário Soares, que recebeu da UP o doutoramento “honoris causa” em junho de 1990, o reitor lembra “uma das figuras maiores do século XX em Portugal” que pelo papel desempenhado na democracia portuguesa e na história do Portugal moderno terá “um lugar irrefutável no panteão dos heróis nacionais”.

“Mário Soares deixa um legado extraordinário de exemplo e coragem na luta pela democracia e liberdade, na luta pela promoção dos valores da Europa social e pelos Direitos Humanos”, escreveu o reitor. Além disso, refere, foi “um homem de Cultura, da Arte e do Conhecimento, mantendo sempre uma preocupação em cultivar estes valores em todas as funções públicas que assumiu ao longo dos anos”.

Nisso se baseou o título que a academia portuense lhe concedeu ainda durante o seu primeiro mandato presidencial. “Foi a primeira universidade portuguesa a fazê-lo, mas apenas uma das 36 universidades de todo o mundo a conceder-lhe esta distinção”.

Daniel Serrão, “um dos professores de maior destaque” da FMUP

Quanto a Daniel Serrão, cujo funeral se realizou esta manhã, tem o seu nome “para sempre ligado à formação de brilhantes gerações de médicos e investigadores científicos na Universidade do Porto”, com destaque para “o seu humanismo, a sua humildade e a sua relação de proximidade com estudantes e colegas” da comunidade académica.

“Tendo sido ele próprio um brilhante estudante da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Daniel Serrão viria a afirmar-se como um dos professores de maior destaque desta instituição, quer pela sua obra científica, quer pela sua vasta intervenção pública em prol dos valores humanistas”, apontou Sebastião Feyo de Azevedo.

O responsável máximo da UP nota ainda que o desaparecimento do médico, aos 88 anos, seria “uma perda irreparável” não fosse o facto de “ter deixado um legado perene em toda a academia”.

Sobre Guilherme Pinto, autarca de Matosinhos, falecido na madrugada deste domingo, está ainda a ser preparada uma nota da instituição. Nela o reitor sublinha o trabalho do responsável político e nota as colaborações que uniram, durante os seus mandatos, a UP e a autarquia matosinhense, com destaque para o Pólo do Mar, instalado no Porto de Leixões.

Nesta unidade, resultante da união de esforços da CMM, da UP e da Administração do Porto do Douro e Leixões, e na qual o presidente da Câmara de Matosinhos terá jogado um papel determinante, estão atualmente integrados o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da UP e ainda o Polo do Mar da UPTEC.

De acordo com o que o JPN apurou junto da instituição, Sebastião Feyo de Azevedo compareceu esta manhã no funeral de Daniel Serrão, vai estar esta segunda-feira à tarde no funeral de Guilherme Pinto e tem em aberto a possibilidade de participar também, terça-feira, nas cerimónias fúnebres de Mário Soares.