O Ministério do Ambiente anunciou, esta quinta-feira, a alocação de 10 milhões de euros do Fundo Ambiental para a remoção definitiva de 125 mil toneladas de resíduos perigosos nas antigas minas de S. Pedro da Cova, em Gondomar. Entre outubro de 2014 e maio de 2015 já tinha sido feita uma parte da limpeza mas ficou bastante aquém da solução definitiva que se pretendia para o problema.

Segundo garantiu o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, em julho será lançado o concurso público e até ao final do ano de 2018 os resíduos estarão totalmente removidos de S. Pedro da Cova.

Em declarações ao “Jornal de Notícias”, o ministro do Ambiente reconheceu que existia “risco para a saúde pública” devido à tipologia de resíduos ali depositados pela extinta Siderurgia Nacional da Maia entre 2001 e 2002.

O estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) confirma que os resíduos são de facto muito perigosos e estima que ali estejam depositadas 125 mil toneladas de lixo.

O presidente da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, Daniel Vieira, disse ao JPN que “para além do processo de remoção havia um compromisso do governo relativamente à questão da monitorização ambiental” e que existe uma “garantia de que a contaminação das estruturas circundantes não chegou a acontecer, apesar de o risco ser real”.

Daniel Vieira considera ainda que com esta decisão “foi dado um passo de gigante no sentido de resolver este problema grave”.

A zona contaminada engloba terrenos contíguos ao antigo complexo industrial mineiro de S. Pedro da Cova, onde durante mais de 100 anos funcionou uma das principais minas de carvão do país. Apesar do encerramento há mais de quatro décadas ainda existe um conjunto de edifícios característicos da atividade.

Sobre esta matéria, o presidente da junta revelou ao JPN que “para além do plano ambiental, há um objetivo claro de requalificar esta zona no plano cultural por constituir um exemplar único da história industrial mineira”. Segundo Daniel Vieira “não havia melhor compensação do que a requalificação desse património e respetiva devolução à população, para que também ali pudesse ser criado um pólo atrativo turístico e cultural para preservação da memória”, concluiu.

Artigo editado por Filipa Silva