Antigo secretário de Estado da Saúde confia que o Porto reúne todas as condições para acolher a Agência do Medicamento.

Eurico Castro Alves tem uma convicção: “o Porto reúne todas as condições para ser a cidade escolhida” para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa).

Primeiro, já se sabe, é preciso convencer a Comissão da Candidatura Nacional dos méritos da Invicta para o efeito, mas o antigo secretário de Estado da Saúde, que trabalhou para a EMA ao longo de três anos, considera que isso “não será muito difícil” tendo em conta os critérios da própria União Europeia.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, durante a reunião extraordinária que convocou para esta quinta-feira de manhã, referiu aos vereadores ter a convicção que a decisão da Comissão da Candidatura Nacional sobre a escolha de Lisboa ou Porto para acolher a EMA se vai tomar “muito rapidamente”, talvez “num espaço de dias”, referiu, dado o “calendário extraordinariamente curto” até à entrega da candidatura formal, marcada para 31 de julho.

Contributos podem vir de além-fronteiras

Outra das certezas de Eurico Castro Alves, cujo nome foi aprovado esta quinta-feira, por unanimidade, para ser representante da Câmara do Porto na Comissão da Candidatura Nacional, a par do vereador Ricardo Valente, é a de que se a escolha recair no Porto “vai ter de haver a participação de muita gente. E essa participação ultrapassará a cidade do Porto”, disse aos vereadores.

O responsável foi mais longe e galgou a fronteira: “O contributo poderá ter de ser alargado à região da Galiza. A Galiza tem um setor da saúde e um setor farmacêutico muito forte”, advertiu.

Já depois de terminada a reunião da vereação, que aprovou por unanimidade a participação do Porto na Comissão da Candidatura Nacional para a Instalação da Agência Europeia do Medicamento, Eurico Castro Alves afirmou que “a primeira prioridade é que Portugal seja ganhador da EMA” ressalvando que nesse campeonato considera que “o Porto é a cidade mais bem colocada porque cumpre todos os requisitos, cumpre um que é prioritário na União Europeia, que é a descentralização”.

“Há muito trabalho para fazer, todos terão de fazer parte desse trabalho. E não é só da cidade do Porto porque isto é uma candidatura de uma região e de um país. Neste momento, é juntar toda a gente e pôr mãos à obra”, referiu.

O vereador da Inovação e do Desenvolvimento Económico da Câmara do Porto, Ricardo Valente, que também vai representar a cidade na Comissão de Candidatura Nacional, sublinhou que o momento não é de reivindicações: “Não nos podemos pôr no papel de reivindicar. Temos que mostrar as nossas condições e mostrar à comissão nacional que o Porto tem melhores condições que a cidade de Lisboa para apresentar uma candidatura vencedora”.

Portugal concorre com 20 países no projeto de acolher a Agência Europeia do Medicamento, uma das maiores agências europeias, com cerca de 900 funcionários e uma considerável atividade económica associada ao seu funcionamento.