O Boavista continua sem vencer na Liga NOS. Na Madeira, a equipa da casa, que jogou a meio da semana para a Liga Europa, foi pragmática e impôs este domingo a terceira derrota consecutiva aos axadrezados.

Final de tarde quente na Pérola do Atlântico, bancadas compostas e um Marítimo com várias alterações. Daniel Ramos tinha prometido várias mexidas na equipa, a pensar no jogo da próxima quinta-feira em Kiev a contar para a segunda mão do playoff da Liga Europa.

Em relação ao jogo da primeira mão, o técnico insular fez entrar Fábio Pacheco, Jean Cléber, Filipe Oliveira, Ibson, Edgar Costa e Lundberg para os lugares de Erdem Sen, Éber Bessa, Gamboa, Ricardo Valente, Piqueti e Everton. No total foram seis alterações, sendo que o eixo defensivo manteve-se inalterado.

Do lado do Boavista, Miguel Leal afirmou que “seria um jogo equilibrado” e apresentou-se com duas mudanças em relação à derrota da segunda jornada. Edu Machado e Raphael Rossi entraram para os lugares de Nuno Henrique e de Tiago Mesquita.

Esperava-se um início de jogo com um Boavista pressionante frente a uma equipa sem rotinas, mas as segundas linhas do Marítimo quiseram retribuir a confiança que o técnico transmitiu.

As linhas altas dos insulares pressionavam a primeira zona de construção do Boavista, e não deixavam sair os visitantes a jogarem com liberdade. Os axadrezados, surpreendidos, não conseguiam chegar à baliza do adversário de forma apoiada.

Utilizar as bolas paradas para criar perigo

O Boavista ainda esteve perto do golo à passagem do quarto de hora com um cabeceamento de Rossi ao lado, na cobrança de um livre.

Mas a falta de entrosamento também se notou na equipa da casa. Não havia muito critério no ataque e a equipa de Daniel Ramos recorria excessivamente ao passe longo. Com ambas as equipas a tentar o jogo direto, a primeira parte arrastava-se sem muitas oportunidades.

Edgar Costa, capitão dos madeirenses teve de ser substituído aos 22 minutos por lesão. Gildo, que fazia a sua estreia, acabou por ser um dos melhores em campo.

O ponta de lança do Marítimo, Lundberg, desperdiçou a melhor oportunidade dos insulares na primeira parte quando não conseguiu desviar o canto cobrado por Luís Martins aos 40 minutos, e o jogo chegou ao intervalo.

Correr atrás do resultado não foi suficiente

As equipas voltaram sem alterações. O jogo retomou as tendências da primeira parte com muita disputa no meio-campo e passes longos, que poucas vezes chegavam com critério aos destinatários.

À chegada da hora de jogo, o Marítimo inaugurou o marcador. Trabalho na esquerda de Ibson, cruzamento para Bebeto que, com espaço na área, dominou de peito e rematou de pé esquerdo para o fundo das redes de Vagner.

Cabia ao Boavista correr atrás do resultado. Os madeirenses baixaram as linhas defensivas e deram a iniciativa do jogo aos homens de Miguel Leal.

O técnico dos portuenses arriscou, tirou Carraça e Leo Ruiz e fez entrar Mateus e Bulos. Aos 80 minutos, Charles protagonizou a defesa da noite, após cabeceamento de Ivan Bulos, junto ao poste esquerdo.

As investidas do Boavista eram travadas por uma defesa compacta de um Marítimo que esperava o erro do adversário para lançar ataques rápidos. Mateus ainda tentou a sorte aos 89 minutos com um remate forte que saiu por cima da baliza madeirense.

O jogo terminou com o guarda-redes Vagner na área do Marítimo a tentar a sorte uma última vez. O Boavista perdeu pela terceira vez consecutiva e é a única equipa que ainda não pontuou na Liga NOS. Os verde rubros somaram a segunda vitória em casa e subiram ao sexto posto.

“Vamos dar a volta a isto”

Miguel Leal confirmou aquilo que tinha dito na análise à partida. “Houve muito equilíbrio, sofremos um golo numa desatenção”.

O técnico desvalorizou o facto de o Boavista ainda não ter pontuado. “Faz parte do crescimento da equipa e a responsabilidade dos resultados tem de ser minha”.

“Vamos fazer o nosso campeonato tranquilo”, afirmou Miguel Leal, perspetivando um futuro mais risonho para os axadrezados.

“Uma volta inteira do campeonato sem perder no nosso Caldeirão. É obra.”

Daniel Ramos mostrou-se contente com o rendimento dos que jogaram pela primeira vez. “Vários dos jogadores que tiveram a oportunidade, deram uma resposta bem positiva para um primeiro jogo, em que houve seis mudanças.”

“Ganhámos opções, continuamos a ganhar pontos e fizemos descansar alguns jogadores”, num momento em que o Marítimo foca-se na Liga Europa.

Os 17 jogos sem perder em casa também foram mencionados. “Nós temos uma volta inteira do campeonato sem perder no nosso Caldeirão. É obra.”