As folhas das árvores já começaram a cair e Serralves convida o público, em especial as famílias, a celebrar a chegada do outono.

“Reavivar tradições num ambiente de contemporaneidade e festividade” é a promessa de Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação Serralves, para a festa que este ano se prolongará por dois dias, pela segunda vez.

O fim de semana vai ser dedicado a atividades de contacto privilegiado com a natureza e com as artes.

Serralves vai abrir portas de forma gratuita entre as 10 e as 19 horas de sábado e domingo para fidelizar cada vez mais públicos. “Para nós, é importante que quem não vem cá habitualmente venha pela primeira vez na Festa do Outono e depois se torne público regular”, afirmou Ana Pinho durante a apresentação do evento que decorreu esta quarta-feira.

Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação Serralves.

Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação Serralves. Foto: Catarina Maldonado Vasconcelos

Os números não enganam: em 2015, a Fundação recebeu 22 mil pessoas; em 2016, esse número mais que duplicou. Cerca de 50 mil pessoas foram à Festa do Outono no ano passado.

A presidente do conselho de administração da Fundação Serralves não estabelece, no entanto, previsões para este ano. Certo é que este ano Serralves conta com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa no dia 23 de setembro, sábado, pelas 12 horas.

Os objetivos passam por “chamar a atenção para as oficinas tradicionais e para a ruralidade”, bem como para a preservação do ambiente.

“Poder pintar, ouvir uma história, dar asas à imaginação”, tudo na envolvência natural do Parque de Serralves são motivos mais do que suficientes para que o público adira em massa, na perspetiva do responsável pela programação da Festa do Outono. Rui Costa lembra, ainda, que “a Festa do Outono este ano integra as jornadas europeias do património”, devido à importante temática de preservação do ambiente que Serralves faz questão de difundir.

Mas a Fundação oferece um “programa diversificado”, com algumas atividades de caráter científico e também as receitas saudáveis estarão presentes”. Para o plano de festas ser tão vasto, foram estabelecidas parcerias com as autarquias de Beja, Guarda, Porto, Matosinhos, Torres Vedras e Vila Nova de Famalicão.

A inovação deste ano é que as cidades trarão também atividades suas ao espaço, como práticas ancestrais de cerâmica, azulejaria, linogravura, cestaria, tecelagem e tinturaria.

Já no teatro, as apostas são outras. “Contos e trovões, rezas e galináceos” é uma história sobre animais de penas e poderá responder a uma questão primordial: quem nasceu primeiro – a galinha ou o ovo? Por outro lado, “Muita tralha pouca tralha” incide nas preocupações materiais e na capacidade de praticar o desapego.

Para os amantes de teatro de marionetas, surge “A Floresta”, uma história sobre o ambiente e a ação poluidora escrita pelo olhar atento e preocupado das crianças da escola primária de Esposende.

Os aficionados da música também terão direito a várias opções, das mais tradicionais às mais ecléticas e modernas. Royal Bermuda mergulha na saudade e na tradição e Victor Herrero acompanha no gosto pelas sonoridades portuguesas. O espanhol vai atuar com uma guitarra portuguesa ao peito. Mas em Serralves também se vai ouvir jazz, cantares alentejanos e até música “espiritual” para alcançar a paz e a harmonia tocada por um compositor do Bangladesh.

A nona edição da Festa do Outono promete abrir portas a vários públicos e conjugar a ancestralidade e ruralidade com a contemporaneidade cultural de Serralves. Os espaços verdes vão ser palco de artes e oficinas para todos os gostos.

Artigo editado por Filipa Silva