Após um nulo com o Leixões na primeira jornada, o FC Porto precisava de vencer esta quinta-feira para manter as suas aspirações na presente edição da Taça da Liga. Frente a um Rio Ave que se te destacado pelo bom futebol, a formação de Sérgio Conceição tinha a missão de quebrar a série de oito jogos sem vitórias na competição.

Diante de mais de 27 mil espectadores, o FC Porto entrou em campo, no Dragão, com quatro alterações. José Sá, Maxi, Reyes e Aboubakar deram lugar a Casillas, Corona, Felipe e Tiquinho Soares. Num encontro que se previa difícil, os azuis e brancos encontraram um Rio Ave atípico e desatento na defesa, condição que facilitou o caminho para a vitória confortável, por 3-0, da formação da Invicta.

Domínio que peca pelo resultado escasso

O FC Porto entrou no jogo com algumas reservas. Pé ante pé, os azuis e brancos chegavam à área do Rio Ave, mas ainda sem ideias definidas. Contudo, o golo portista não tardou. Após uma oportunidade perdida de baliza aberta, Tiquinho Soares não vacilou na segunda chance que teve no jogo. À passagem dos 12 minutos, Cássio alivia a bola mal, sobrando o esférico para Brahimi. À entrada da grande áres rio-avista, o argelino deixa a bola para Herrera, que serviu Tiquinho de calcanhar. O brasileiro rematou rasteiro e encostado ao primeiro poste para um tento certeiro.

Após o primeiro golo, os dragões crescem na pressão exercida no meio-campo do Rio Ave, que começava a acusar algum nervosismo no momento do passe. Por duas vezes consecutivas, os azuis e brancos puseram a defesa de Vila do Conde em sentido. Aos 19 minutos, Herrera desmarca Marega, que, após ultrapassar os defesas do Rio Ave, apenas falhou a direção do chapéu. Já no momento logo a seguir, um mau passe da defesa da equipa de Miguel Cardoso deixou Marega na cara do golo, para defesa apertada de Cássio.

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Mais uma desatenção da linha defensiva da formação vilacondense permite que Brahimi protagonize um passe teleguiado para Marega. O maliano, com o guardião do Rio Ave adiantado, apenas teve de contornar Cássio e encostar para o 2-0.

No seguimento do golo sofrido, a equipa vilacondense tenta responder à maré azul. Pelo pé de Rúben Ribeiro, de livre, Casillas voou para ver a bola passar a centímetros do poste direito da baliza portista. Por volta da meia hora de jogo, Cássio queixa-se de problemas físicos e é forçado a sair. Rui Vieira entrou para o seu lugar.

Ainda antes do final do primeiro tempo, os dragões fizeram vibrar os ferros adversários por duas vezes. Herrera, de pé esquerdo, e Danilo, de cabeça, deixaram as suas marcas na barra e poste esquerdo adversários, respetivamente.

No final de 45 minutos, pairava a sensação de um FC Porto dominador, pecando o resultado por escasso. Com sucessivos ataques e oportunidades flagrantes de golo, esta terá sido uma das melhores primeiras partes da equipa de Sérgio Conceição até ao momento.

Tal como a noite, o jogo arrefeceu

Os azuis e brancos entraram determinados em dilatar a vantagem obtida na primeira metade do jogo. Logo à passagem dos 46 minutos, Tiquinho Soares desmarca-se e, isolado, remata rasteiro a rasar o poste direito da baliza de Rui Vieira. Logo a seguir, Brahimi baila no flanco esquerdo do ataque e oferece o esférico de bandeja ao avançado brasileiro, que remata fraco e à figura do guardião dos vilacondenses.

Numa segunda parte mais fria e sem grandes ocasiões de golo, o Rio Ave ainda tentou a sua sorte. Aos 51 minutos, Yuri Ribeiro surge na cara de Casillas, mas o remate sai à figura, para depois o espanhol segurar. Já aos 70 minutos, Pelé, com espaço no meio-campo portista, remata à entrada da área. Disparo forte que não passou muito longe do poste esquerdo dos azuis e brancos.

No entanto, nos últimos 10 minutos, o encontro voltou a aquecer. Após protestar uma falta, Danilo é expulso com o segundo amarelo no jogo. Sob um coro de assobios, a partida prosseguiu até nova expulsão, desta vez do lado contrário. Pelé derruba Aboubakar na grande área rio-avista e acaba por ver o segundo amarelo.

Da marca dos 11 metros, Aboubakar não falhou. O camaronês disparou forte e rasteiro para o poste esquerdo da baliza adversária. Rui Vieira ainda adivinhou o lado, mas não conseguiu evitar o terceiro tento dos portistas.

Um final de jogo feliz para a formação da Invicta, que abandonou o relvado com cânticos natalícios e uma coreografia de luzes de telemóveis e isqueiros, simulando o céu estrelado.

O FC Porto assume assim a liderança partilhada com o Leixões no grupo D da Taça da Liga. Já o Rio Ave partilha a terceira posição com o Paços de Ferreira, com um ponto conquistado. Na soma de todas as competições, a equipa de Sérgio Conceição mantém a veia goleadora: são já 20 golos nos últimos cinco encontros, o que dá uma média de quatro tentos certeiros por jogo, reflexo do bom momento de forma da equipa portista.

“Podia ter terminado em goleada histórica”

Sérgio Conceição releva o grande momento de forma que a equipa atravessa, que se refletiu no jogo com o Rio Ave.

Para o treinador portista, “em termos estratégicos, os seus “jogadores fizeram um jogo fantástico que poderia ter terminado em goleada histórica”. O domínio da equipa evidenciou-se sobretudo no primeiro tempo, segundo o treinador, que não se “lembra de uma ocasião de golo do Rio Ave na primeira parte”.

Naturalmente satisfeito, o timoneiro azul e branco destacou a importância de todos os jogadores estarem “envolvidos no projeto”: “estamos a caminhar em todas as competições a um nível muito positivo e queremos continuar desta forma”.

“Há equipas que chegaram aqui e nem pensaram em atacar”

No final da partida, Miguel Cardoso afirmou que a sua equipa “não foi tão competente como gostaria de ter sido”, principalmente nas desatenções no seu meio-campo. “Tivemos muitas perdas de bola no centro do campo”, aferiu o treinador rio-avista.

Apesar de não estar “satisfeito com o resultado”, o timoneiro da formação de Vila do Conde diz que a formação conseguiu deixar uma “imagem duma equipa que sabe o que quer, procura o que quer e que procura jogar sempre com aquilo que treina”. “Há equipas que chegaram aqui e nem pensaram em atacar”, salienta o treinador do Rio Ave. No final, deu os parabéns aos seus jogadores.

Artigo editado por Filipa Silva