Começou em 2013 com pouco mais de 150 participantes. Este sábado, a “Talk a Bit”, que vai para a sexta edição, espera ter meia centena de pessoas a discutirem o impacto social da tecnologia, em áreas como a saúde, a inteligência artificial ou a preservação do planeta. A conferência decorre ao longo de todo o dia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

O programa da conferência sofreu algumas alterações face às edições anteriores. O networking, por exemplo, deixou de ter hora marcada para passar para um contexto mais informal, “incentivado” nas três pausas para café, o almoço e o jantar que constam do alinhamento do evento, como explica ao JPN André Lago, da organização.

Depois, a agenda da manhã passa a estar ocupada por apresentações de projetos desenvolvidos por estudantes do Mestrado em Engenharia Informática e de Computação (MIEC). Projetos que buscam um elevado impacto social através do software.

As ideias vieram de fora da FEUP, sugeridas por pessoas ou entidades, e ganharam forma na cadeira de Laboratório de Desenvolvimento de Software, ao longo do primeiro semestre, no âmbito do projeto CSI-Coding for Social Impact.

Dos 15 projetos selecionados para desenvolvimento pelos alunos, cinco vão estar em destaque na manhã de sábado na “Talk a Bit”: uma plataforma vocacionada para aproximar médico e paciente (Medontrack); uma aplicação para ajudar pessoas com problemas de visão a interagir com as redes sociais (Blindscript); ou ainda um projeto dedicado à captação de financiamento para causas sociais (Dreamshare) são exemplos.

Para as 11h30 está agenda uma sessão de apresentação rápida – de três minutos cada – para os restantes dez projetos.

Como é hábito, haverá workshops de inscrição obrigatória e a tarde está reservada para os convidados.

Para as 15h30 está agendado o fórum, moderado pelo jornalista Daniel Catalão, da RTP, e com a participação, entre outros, de João Amaral, CIO da Sonae Bit, Filipe Araújo, ex-aluno da FEUP e vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, e Luís Jerónimo, da Fundação Gulbenkian.

André Lago destaca também a conferência de David Carvalhão marcada para o final da tarde, sobre como vão os computadores usar-nos no futuro.

Simão Belchior, também ex-aluno da FEUP e Product Developer na Vizzuality; Pedro Oliveira, fundador e presidente da Patient Innovation; Paulo Lopes, CEO da Xpand IT; Raul Vidal, professor catedrático aposentado da FEUP; Pierre Leger e Paulo Ferreira, da empresa bancária francesa Natixis; José Fonseca, co-fundador da Blip e da Mindera; Annemarie Holleczek, líder de desenvolvimento e investigação na Bosch Chassis Systems Control e Ana Pimentel, jornalista do Observador, também integram o painel de convidados.

A próxima geração de engenheiros

“Difundir este tema do impacto social da tecnologia”, explica André Lago, mantém-se como o grande objetivo da “Talk a Bit”, uma vez que “as outras conferências tecnológicas focam-se mais na inovação ou no que está a surgir de novo”. Sendo um evento organizado por estudantes finalistas, “promover o convívio e o networking com as empresas” está também na lista de prioridades.

André Lago sublinha que o impacto social da tecnologia está a gerar cada vez mais interesse, a reboque de usos negativos de que são exemplo a possível interferência exterior nas eleições dos EUA, sob investigação, ou ainda a operação de células terroristas, que usam a tecnologia para se disseminarem e cativarem seguidores.

São exemplos que ajudam a reforçar a importância de palavras como “responsabilidade” no campo tecnológico. Falar do assunto junto dos estudantes “que vão ser a próxima geração de engenheiros no mundo” assume, assim, caráter de prioridade para a organização.

A entrada na “Talk a Bit” é livre e gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.