Desenvolver uma nova bebida para substituir o café feita a partir de bolotas foi a proposta lançada por uma equipa da Sérvia. Os investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) aceitaram o desafio e já têm o produto criado. Agora, falta identificar e quantificar os compostos ativos, fazer um ensaio de permeação intestinal e testar a aceitação dos consumidores.

Em declarações ao JPN, Francisca Rodrigues, investigadora do Pós-Doutoramento da FFUP, adianta que a utilização da bolota produzida em Portugal significaria um estímulo para a “economia nacional, principalmente para a agricultura, pensando também na sustentabilidade”.

A ideia de substituir o café, uma das bebidas mais apreciadas e consumidas em todo o mundo, passa por dar a volta aos efeitos negativos da cafeína. “Há efeitos secundários associados ao café, que levam muitas vezes a que não seja consumido por algumas pessoas com diferentes patologias”, conta a investigadora que acrescenta que não há efeitos negativos registados no consumo da bolota: “Foi interessante porque não havia nada”.

O facto de a bolota ser um produto antioxidante é a mais valia que Francisca Rodrigues aponta, referindo que o fruto possui capacidade captadora de radicais livres e compostos polifenóis.

Francisca Rodrigues avança que o produto deverá estar disponível no mercado no próximo ano: “Temos a expectativa de que será em breve. Nós agora já estamos com os estudos… Esta parte inicial já foi feita, por isso acho que é uma questão de um ano, no máximo”.

Apesar de ainda não terem sido feitos estudos de viabilidade económica, a investigadora crê que os preços serão “atraentes”. Ao contrário do que acontece com o café – que é produzido fora do país – com o novo produto o cenário seria diferente: “Temos a possibilidade de vir a fazer este produto cá através da nossa bolota nacional”, remata.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro