A Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) do Instituto Politécnico do Porto (IPP) vai estrear um canal no YouTube, o ESMAE 503, exclusivamente dedicado à música do século XXI. O projeto arranca na próxima quinta-feira.

Ao oitavo dia de cada mês, serão lançados novos episódios desta série de música contemporânea, que vão conter pequenos concertos e conversas com os músicos.

Um projeto que vai permitir que alunos, ex-alunos, professores e outros convidados tenham “a oportunidade de mostrar o seu trabalho e os seus projetos” e que cheguem a “um público o mais variado possível, mostrando lá para fora a vontade de fazer boa música no século XXI”, explica ao JPN Bruno Pereira, o professor da ESMAE responsável pelo programa.

O ESMAE 503 – número que coincide com o da porta desta escola superior – vai contemplar géneros musicais muito variados, que vão da música erudita ao pop, jazz ou eletrónica. A programação será “muito eclética” e sempre de “música que tenha uma palavra a dizer no desenvolvimento do que se faz hoje em dia”, sublinha o responsável.

A gravação dos episódios será aberta à participação do público e feita nos renovados estúdios da escola. “Um espaço muito interessante por permitir uma certa intimidade com o público”, explica Bruno Pereira. “Todas as pessoas serão muito bem-vindas a assistir ao vivo a estes mini-concertos e a ter outro tipo de experiência que poderá também ser interessante e aliciante para quem assiste”, conclui.

Todos os programas serão construídos de raiz e em exclusivo para este canal, pela produção da ESMAE 503.

“Os alunos são os elementos primordiais de todo o processo”

Um projeto feito, maioritariamente, por alunos e para alunos. O objetivo do projeto é, por um lado, “dar palco aos nossos alunos e ex-alunos”, para que estes continuem ligados à instituição e mostrem o que estão a fazer depois de terem terminado o percurso académico. “Interessa-nos muito este contacto. Perceber por onde andam os nossos ex-alunos e mostrar também aos alunos atuais algumas das possibilidades que existem no mercado de trabalho”, explica o coordenador.

Além disso, “os alunos vão ter oportunidade de testar as suas aptidões técnicas, porque vão fazer toda a parte do som e da imagem”, continua Bruno Pereira, manifestando o desejo de integrar ao máximo toda a comunidade escolar no programa.

Porquê música do século XXI?

A escolha pela música contemporânea não desvaloriza a que a precede: “Como é óbvio, não por considerarmos que esta música é melhor do que a que era feita no século XIX ou no século XVII”, clarifica o responsável pelo ESMAE 503 que frisa a necessidade de promover a criação contemporânea: “Sentimos que faz sentido, cada vez mais, para além da tradição, estimularmos a criação do séc. XXI”.

Por outro lado, é essencial dar a conhecer aos alunos e ao público em geral “esta corrente e esta temporalidade que vivemos hoje”, prossegue o músico.

Por fim, segundo Bruno Pereira, a coerência na programação e nas propostas musicais é um dos critérios fortes. Os primeiros concertos vão pertencer a bandas de ex-alunos da ESMAE: O Bom, o Mau e o Azevedo, rePercussion Trio e Melífluo.

Para o professor Bruno Pereira, este canal “marca um pouco do que se vai fazendo na música e, particularmente, do que vai saindo da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, que se quer posicionar nesse lado criativo e contemporâneo”.

Artigo editado por Filipa Silva