Ainda sem vitórias no mês de abril, o Boavista recebeu o Paços de Ferreira com o objetivo de vencer e dar um pontapé na crise. Já os castores, aflitos no décimo quinto lugar, precisavam de pontuar para se afastarem dos lugares de descida.

O técnico do Boavista, Jorge Simão, não mexeu muito em relação ao onze que defrontou o Sporting. Do conjunto que atuou de início em Alvalade, apenas o castigado Rochinha deu lugar ao regresso de David Simão.

Já do lado dos “castores”, João Henriques promoveu três alterações no onze inicial. Para além do castigado Rúben Micael, Pedrinho e Bruno Santos cederam os lugares a João Góis, Vasco Rocha e Gian.

Quanto ao jogo, embora muito disputado, nem sempre foi bem jogado e foi escasso em oportunidades. Nos minutos finais, valeu a entrada de Kuca para revolucionar o ataque axadrezado e assistir Renato Santos para o golo da vitória axadrezada.

Partida arrancou com duelo a meio-campo

Com ambos os conjuntos a alinharem com duas linhas de quatro no apoio aos dois homens da frente, a partida começou equilibrada, com vários roubos de bola e muita luta no miolo.

O Paços de Ferreira, subido no terreno, procurava atrapalhar a construção do Boavista e recuperar a bola em zonas adiantadas para causar perigo. Já os axadrezados, apostavam sobretudo no físico dos seus avançados e no virtuosismo de Fábio Espinho, solto nas costas do ponta de lança.

O número 10 da formação de Jorge Simão esteve, de resto, nas duas primeiras oportunidades de golo da equipa da casa. Primeiro, ficou perto de isolar Yusupha, com um passe que obrigou Rafael Defendi a uma saída apertada; depois, viu a bola passar perto da trave, num remate que tentou ainda de fora de área.

Castores desinspirados não conseguiam criar perigo

Embora estivesse a fazer um bom trabalho a anular a equipa da casa, faltava alguma clarividência ao Paços de Ferreira no ataque. A equipa de João Henriques, sem imaginação, desperdiçava quase todos os lances e só causava algum perigo na sequência de bolas paradas.

Já os axadrezados, continuavam a apostar no poderio dos seus avançados para ultrapassar a pressão dos visitantes. Em mais uma bola direta no ataque, Yusupha ganhou espaço para rematar, mas o disparo do avançado saiu fácil para Rafael Defendi.

Numa altura em que já se adivinhava o nulo ao intervalo, o Boavista conseguiu a melhor ocasião do primeiro tempo em cima do descanso. Yusupha fugiu mais uma vez pelo corredor esquerdo e obrigou Miguel Vieira à falta muito perto da grande área. Na cobrança do livre lateral, Renato Santos colocou no coração da área, a bola ressaltou num lance confuso e sobrou para Mateus, que na ressaca enviou a bola com estrondo à barra.

Não havia tempo para mais e Rui Costa mandou as equipas recolher ao balneário, depois de uma primeira parte onde foi preciso esperar até ao último lance para ver uma ocasião verdadeiramente perigosa.

Intervalo não alterou o rumo do jogo

A segunda parte começou, à semelhança da primeira, morna e sem grandes oportunidades. Foi preciso esperar dez minutos para ver o primeiro lance de perigo do primeiro tempo, num cruzamento largo de João Góis. O lateral surgiu solto na direita e colocou em Rui Correia que, ao segundo poste, desviou para fora quando estava em excelente posição.

Jorge Simão não estava contente com o resultado e com o rumo dos acontecimentos e fez entrar, aos 60 minutos, Leonardo Ruiz. O avançado, emprestado pelo Sporting, substituiu Mateus e empurrou Yusupha para a linha.

Do outro lado, João Henriques respondeu com a entrada de Bruno Leite, por troca com Mabil.

O jogo continuava adormecido e nem as alterações alteraram essa tendência. Só perto dos 80 minutos, na sequência de um canto, voltou a haver novo lance de registo. João Góis foi o batedor e Gian ganhou nas alturas, mas, em boa posição, cabeceou à figura de Vagner.

Do outro lado, o Boavista também tentou a sorte de bola parada. Num livre lateral, David Simão despejou na área, mas Robson não teve a pontaria afinada e desviou para fora.

Golo surgiu já nos derradeiros dez minutos

O jogo começava finalmente a ganhar interesse e o Boavista ia chegar ao golo à passagem do minuto 82. O recém-entrado Kuca fugiu a toda a gente pela esquerda e cruzou rasteiro para Renato Santos encostar para o 1-0.

Até ao final, o Paços de Ferreira ainda tentou reagir e João Henriques trocou Gian por Bruno Moreira, mas os castores não conseguiram causar perigo e o resultado não se alterou.

“Esta vitória é claríssima, justa e saborosa”

No final do encontro, o técnico do Boavista considerou a vitória “claríssima e justa”. Jorge Simão adjetivou ainda o triunfo de “saboroso”, pela aproximação do objetivo do clube. O Boavista está agora a dois pontos de fazer a sua melhor época desde que regressou à primeira divisão.

Já o treinador do Paços de Ferreira, João Henriques, considerou o resultado injusto e defendeu que o jogo foi equilibrado. O técnico dos castores queixou-se ainda de algum azar, mas deixou a garantia de que a sua equipa vai “ser mais feliz” nos dois jogos que restam.

Na próxima jornada o Boavista viaja até Braga, já o Paços de Ferreira recebe o Rio Ave num jogo importante para as contas da manutenção.

Artigo editado por Filipa Silva