Cinco meses depois da saída de João Ribas, o Museu de Serralves volta a ter um diretor. A nomeação foi anunciada esta quarta-feira pela administração do museu. O curador francês Philippe Vergne (1966), com 25 anos de experiência em várias instituições internacionais de referência, foi o escolhido.

Em comunicado, o Conselho de Administração de Serralves refere que a escolha de Phillipe Vergne foi uma decisão unânime e apoiada na consulta de um grupo de diretores de museus internacionais, como Frances Morris do Museu Tate Modern em Londres e Laurent Le Bon, diretor do Museu Nacional Picasso em Paris.

Ana Pinho, presidente da administração de Serralves, refere que “Philippe Vergne junta-se a Serralves com um profundo conhecimento da arte e cultura contemporâneas bem como da gestão de museus. Philippe Vergne, um notável curador, traz uma visão artística sólida e inspiradora não só para o Museu e para a Coleção, mas também para o extraordinário património da Fundação de Serralves e do seu parque histórico”.

Para a responsável, o curador é internacionalmente reconhecido no meio artístico e a sua nomeação abre um novo ciclo para o Museu Contemporâneo de Serralves, no “excecional momento” em que se celebram “os 30 anos da sua criação“, acrescenta.

Philippe Vergne foi desde 1992 curador e diretor artístico de diversos museus internacionais. Foi diretor do Dia Art Foundation de Nova York durante cinco anos e diretor adjunto e curador chefe do Walker Art Center em Minneapolis, onde trabalhou durante uma década e organizou mais de 25 exposições internacionais.

Também concebeu inúmeras exposições temáticas coletivas como a Let’s Entertain: Life’s Guilty Pleasures que viajou para o Centre Georges Pompidou em Paris; A exposição How Latitudes Become Forms, Art in a Global Age que se deslocou para a Fondazione Sandretto Re Rebaudengo em Torino e a exposição Carl André que posteriormente viajou para o Museu Reina Sofia em Madrid.

Philippe Vergne é licenciado em Direito pela Universidade Pantheon-Assas e em Arqueologia e História de Arte Moderna pela Universidade de Sorbonne, ambas em Paris, onde tirou um mestrado e um diplôme d’Etudes Approfondies. É igualmente autor de diversas publicações – livros e catálogos -, “escreveu ensaios e artigos para as mais importantes publicações de arte”, descreve ainda a administração.

O antigo curador João Ribas demitiu-se em setembro passado em sequência da polémica sobre a exposição de Robert Mapplethorpe, tendo acusado a administração de Serralves de censura relativamente à retirada de algumas obras do fotógrafo americano da mostra, retirada essa que a administração sempre negou. Desde então, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves foi dirigido interinamente por Marta Almeida. Philippe Vergne assume funções em abril.

Artigo editado por Filipa Silva