O cofundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi detido em Londres esta quinta-feira de manhã. Assange estava refugiado na Embaixada do Equador, em Londres, desde agosto de 2012.

Em comunicado, a polícia metropolitana indicou que executou “um mandado emitido pelo Tribunal de Magistrados de Westminster em 29 de junho de 2012, por [Julian Assange] não se ter apresentado em tribunal”.

Segundo a polícia metropolitana, Assange “foi posto sob custódia numa esquadra da polícia no centro de Londres onde ficará, até ser apresentando perante o Tribunal de Magistrados de Westminster brevemente”.

O canal de televisão russo RT publicou na conta de Twitter o momento da detenção.

No Twitter, minutos antes da detenção, o perfil do Wikileaks dava conta que o país da América do Sul tinha “ilegalmente” posto fim ao acordo de asilo político, “violando a lei internacional”, e que Assange tinha sido preso dentro da embaixada pelas autoridades britânicas. Julian  não saiu do edifício pelo próprio pé e terá sido o embaixador a convidar as autoridades a entrar.

Citado pela agência Reuters, o presidente equatoriano, Lenin Moreno acusa o fundador do WikiLeaks de conduta agressiva e hostil e de desrespeito pelos tratados internacionais. “O Equador é um país respeitoso e de braços abertos, (…) mas a paciência esgotou-se“, disse o chefe de Estado no Twitter, depois da ingerência de Assange nos assuntos internos do país.

O presidente do Equador assegura ainda ter recebido das autoridades britânicas garantias escritas de que Assange não será extraditado para um país onde possa ser torturado ou sofrer pena de morte.

O ministro do Interior do Reino Unido, Sajid Javid, também confirmou no Twitter a detenção: “Quase sete anos depois de entrar na embaixada equatoriana, posso confirmar que Julian Assange se encontra agora sob a custódia da polícia e a enfrentar a justiça no Reino Unido. Quero agradecer ao Equador pela cooperação e à polícia metropolitana pelo seu profissionalismo. Ninguém está acima da lei.”


A detenção do fundador do Wikileaks acontece um dia depois de o porta-voz desta organização, Kristinn Hrafnsson, ter alertado que Julian Assange estava a ser espiado. Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Hrafnsson disse que o fundador do Wikileaks estava a ser alvo de chantagem com a ameaça de divulgação de vídeos, áudios e vários tipos de documentos.

Julian Assange deixou de ter acesso à internet em março e foi impedido também na mesma altura de receber visitas na Embaixada do Equador.

Recorde-se que Assange refugiou-se na Embaixada do Equador, na capital britânica, para evitar a extradição para a Suécia, na sequência de uma queixa de abuso sexual, que entretanto foi abandonada. Os EUA apelam à extradição de Assange devido à divulgação de milhares de documentos confidenciais do Estado norte-americano e das suas Forças Armadas.

Artigo atualizado pela última vez às 12h07

Artigo editado por César Castro