Depois de perder na Alemanha, os dragões voltaram a perder com o Bayer Leverkusen, desta vez por 3-1, em casa.

O FC Porto perdeu, esta quinta-feira, por 3-1 com o Bayer Leverkusen, no Estádio do Dragão, na segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa. A equipa alemã voltou a vencer como no primeiro jogo da eliminatória (2-1), frente a um FC Porto impotente, a jogar em ritmo lento quase do princípio ao fim.

A equipa comandada por Sérgio Conceição, que foi a última a marcar na partida, está assim fora da competição, como, aliás, todas as equipas portuguesas que jogaram esta quinta-feira – Benfica, Sporting e Sporting de Braga.

Alemães marcam aos 10 minutos

O final de tarde ameno pelos lados do Dragão não antecipava o que estaria para chegar durante o jogo.

A partida começou em bom ritmo para a equipa da casa. O FC Porto fez o que lhe competia e pressionou a equipa alemã. Essa ousadia inicial traduziu-se numa boa combinação entre Corona e Marega, numa tabelinha entre ambos que originou os primeiros aplausos na tarde/noite do dragão.

Mas tal como o dia caía rapidamente, assim foi o jogo do FC Porto. Aos 10 minutos, um lance aparentemente sem perigo leva a bola à esquerda do ataque do Bayer. Numa tentativa de colocar os avançados alemães em fora de jogo, a defesa do FC Porto subiu no terreno e deixou Alario solto para gelar o dragão. Após verificação demorada do VAR, o golo foi confirmado pelo árbitro romeno Istvan Kovacs. Estava feito o 0-1 na partida e FC Porto corria agora atrás do prejuízo.

O lance do golo do Bayer Leverkusen foi o sinal para o resto da primeira parte do FC Porto, que se veria forçado a fazer uma substituição logo à meia-hora de jogo. Luís Diaz lesiona-se num lance de contra-ataque e é substituído por Nakajima.

A equipa da cidade Invicta deixou-se progresivamente manietar pela subida constante dos centrais e dos laterais alemães, que pressionavam o FC Porto para trás da sua linha de meio-campo.

A bola deixa de sair controlada dos pés dos jogadores azuis e brancos e os passes em profundidade pelo ar começam a ser uma constante. Corona e Alex Telles preocupam-se mais em fazer as compensações defensivas do que em atacar. Ao futebol macio e sem chama dos dragões, os alemães respondiam com um jogo metódico, sempre controlado a partir da sua defesa.

Com o futebol de pé para pé dos alemães, o FC Porto torna-se impaciente e começa a acumular amarelos. A primeira parte termina com zero remates do FC Porto à baliza do Bayer e com um coro de assobios dos adeptos da casa.

O loop da primeira parte

Em desvantagem no jogo e na eliminatória, Sérgio Conceição decide alterar o sistema tático do FC Porto para a segunda parte. Pepe entra em jogo, Uribe fica nos balneários e o FC Porto passa a jogar num sistema de três centrais, com Corona e Telles a terem mais liberdade para subir no terreno e Otávio a recuar para jogar em linha com Sérgio Oliveira.

O “take” da segunda parte é quase uma repetição da primeira. O FC Porto entra mais determinado, mas as contrariedades surgem tão depressa como a noite no Dragão. Aos 50′, novo golo do Bayer Leverkusen. Com os centrais a recuarem, é Marcano, o central mais distante, que faz a cobertura a Demirbay, que com um remate por baixo do corpo de Marchesín marca o segundo dos alemães.

Pouco tempo depois (58′) surge o terceiro do Bayer. Pepe não ganha nas alturas, o rapidíssimo Diaby controla a bola até à entrada da área. Marchesín defende à primeira, mas no ressalto o lance segue para o isolado Havertz, que com um simples toque sentencia a eliminatória.  

Por esta altura alguns dos 30.292 adeptos presentes no Estádio do Dragão começam a desertar. E com eles deserta a confiança dos jogadores do FC Porto. Num lance atacante, Nakajima desperdiça o remate à baliza do Bayer ao passar a bola para Zé Luís, que, lento, permite o corte da defesa alemã. Seria a última intervenção do cabo verdiano, que saiu aos 64′ debaixo de grande assobiadela do Dragão.

Entra Soares, e o FC Porto marca. Num lance de insistência de Otávio, pela direita, o brasileiro centra para o meio da área e Marega, forte de cabeça, marca o golo da consolação do FC Porto, aos 66 minutos.

O lance do golo permitiu aos azuis e brancos o melhor período do jogo. Com Nakajima a jogar mais pelo centro, o japonês faz algumas boas combinações com Marega e Corona. O mexicano levantou o Dragão com dois “túneis”, mas foi o melhor que se viu no estádio.

A noite fria do FC Porto culminou com a expulsão de Soares aos 86 minutos, por agressão. Os quatro minutos de desconto da partida, serviram para os adeptos portistas saírem em ritmo apressado.

“Houve mais Bayer e menos Porto”

Sérgio Conceição surgiu na sala de imprensa de rosto fechado. O técnico portista começou por dizer que “houve mais Bayer e menos Porto”, na noite do Dragão.

“Na primeira vez que o Bayer vai à nossa baliza faz golo”, referiu o técnico do FC Porto. “Tínhamos que arriscar e procuramos o empate. Na segunda parte, igual. A primeira vez que vão à nossa baliza fazem novamente golo”, acrescentou Conceição. Para o treinador portista, a noite tornou-se “difícil animicamente para os jogadores com o terceiro golo”. “A nossa derrota é mérito do adversário e demérito nosso”, rematou o técnico portista.

Numa conferência de imprensa sem direito a tradução, na única pergunta em inglês dirigida ao treinador do Bayer, Peter Bosz revelou que disse aos seus jogadores antes da partida que este jogo seria “para ganhar e não empatar”. O técnico holandês salientou que foi “preciso jogar bem, mover bem a bola, estar bem posicionado em campo” para vencer a “boa equipa do Porto”.

A saída da Liga Europa força o FC Porto a concentrar-se nas competições nacionais. Com a final da Taça de Portugal só em maio, sobra o campeonato para o FC Porto afogar as mágoas da competição europeia. A equipa de Sérgio Conceição desloca-se aos Açores na próxima segunda-feira, para defrontar o Santa Clara, pelas 19h30.

Artigo editado por Filipa Silva