O Comité Executivo da UEFA reiterou o apelo às federações e ligas para concluírem as competições nacionais que deem acesso às provas europeias, explorando todas as opções possíveis.

Durante a reunião desta quinta-feira (23), por videoconferência, o comité ouviu as atualizações das diretrizes dos grupos de trabalho que criou em março – de calendarização e sub-grupo de medicina.

O comunicado emitido pela UEFA explica que foram analisadas duas hipóteses para a conclusão da Liga dos Campeões e da Liga Europa.

A primeira alternativa será realizar os jogos em falta, nacionais e europeus, em paralelo. A segunda opção é terminar os campeonatos nacionais para dar seguimento às provas europeias em agosto.

Em ambos os casos foi recomendada a conclusão das provas nacionais para dar continuidade às competições europeias, sublinhando que “a saúde de jogadores, espectadores e todos os envolvidos no futebol, bem como o publico em geral, deve continuar a ser a preocupação principal neste momento”, lê-se no comunicado.

O “cenário ideal” e a conclusão das provas nacionais. Todavia podem existir casos especiais de cancelamento de competições por força de proibição da realização de eventos desportivos pelos órgãos governamentais ou por “problemas económicos” que “coloquem em risco a estabilidade financeira da competição nacional e/ou clubes” não permitindo o fecho da temporada.

Se estas situações acontecerem, a UEFA pedirá às federações em causa que escolham os clubes que irão participar nas competições europeias de 2020/21. A escolha será feita com base no mérito desportivo em 2019/2020, seguindo princípios “objetivos, transparentes e não-discriminatórios“. Contará também a classificação final das competições nacionais, sendo que as escolhas deverão ser aprovadas e confirmadas pelos “órgãos competentes relevantes a nível nacional”.

O não cumprimento destas medidas levara a UEFA a “recusar ou avaliar” os clubes que sejam propostos por federações cuja competição terminou prematuramente.

Outras decisões aprovadas

Durante a reunião, o Euro2020 também foi tema de conversa. Devido ao adiamento da competição para o verão de 2021 e “após uma ponderada análise interna, bem como várias conversas com parceiros”, o Comité Executivo decidiu que o torneio continuará a designar-se UEFA EURO2020.

“Esta decisão permite à UEFA manter a visão original do torneio para assinalar o 60º aniversário do Campeonato da Europa da UEFA (1960–2020)”, explica o comunicado.

A organização admite também que desta forma será evitado “gerar quantidades de desperdício” e tornará o Euro2020 uma competição “sustentável“.

No que toca ao Campeonato da Europa de Sub-21, apesar da decisão final ser do Comité Executivo do dia 27 de maio, o Comité de Competições de Seleções analisará as opções de adiamento ou reagendamento dia 11 do mesmo mês.

Em outro comunicado, o Comité Executivo anunciou o adiantamento de 70 milhões de euros a 676 clubes das 55 federações nacionais da UEFA, pela participação na qualificação do Euro2020. Os pagamentos, inicialmente programado para serem atribuídos depois do “play-off” da qualificação europeia, vão ser entregues de imediato.

“Neste momento difícil, quando muitos clubes enfrentam problemas financeiros, em especial no que toca a despesas correntes, é nosso dever garantir que possam receber essas verbas o quanto antes“, declarou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.

Nesse sentido, as 676 equipas vão receber 50 milhões de euros por cederem jogadores às seleções dos 39 países que disputaram a qualificação, mas que não participaram no “play-off” do acesso à final do torneio.

A outra fração corresponde a um montante de 17,7 milhões de euros que serão entregues às 16 equipas que vão disputar os últimos lugares do Euro2020. Estão ainda reservados 2,7 milhões de euros para atribuir após a conclusão do “play-off“.

“Para o Euro2020, um mínimo de 200 milhões de euros está disponível para distribuição pelos clubes, como acordado no memorando de entendimento entre a UEFA e a Associação Europeia de Clubes, renovado em 2019”, lê-se no comunicado.

A UEFA explica que nos 200 milhões de euros, estão incluídos os 70 milhões destinados a participação dos atletas nos jogos de qualificação e na Liga das Nações, pagos de imediato. Já os 130 milhões restantes serão atribuídos pela participação na fase final do Euro2020.

No início da tarde de quinta-feira, foi também anunciado o adiamento do Europeu de Futebol Feminino para o verão de 2022. A competição que deveria decorrer em 2021 vai agora realizar-se entre o dia 6 e 21 de julho de 2022.

“Ao mudar o UEFA Women’s EURO para o ano seguinte, asseguramos que a nossa competição feminina de referência seja o único grande torneio de futebol desse verão, dando-lhe o destaque que merece“, garante Aleksander Ceferin.

Artigo editado por Filipa Silva