As autarquias do Porto e de Gaia acordaram, esta quarta-feira, sugerir “ao Governo, às autoridades de saúde e à Liga Portugal” o adiamento do jogo entre o FC Porto e o Boavista marcado para a noite de São João (23 de junho, 21h15).

As câmaras definiram um conjunto de medidas que visam evitar concentrações de pessoas naquela que é, habitualmente, a noite mais longa das duas cidades e a realização de um dérbi da Invicta “poderá ser um foco de concentração indesejado de adeptos”, refere a Câmara do Porto em comunicado.

O edil do Porto, Rui Moreira, e o homólogo de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, estiveram reunidos esta quarta-feira os responsáveis pela PSP, Polícia Municipal, Proteção Civil Municipal, CP, Metro e STCP para planear “os procedimentos a assumir na noite de São João.

“Não podendo tomar medidas acerca da realização de jogos de futebol ou do funcionamento de determinadas superfícies comerciais, as entidades presentes vão pedir ao Governo que as assuma também, para que a tentação de festejos na noite de São João não venha a comprometer os resultados muito positivos que a Região e as duas cidades em particular têm conseguido na luta contra a COVID-19”, refere o município portuense.

No que as autarquias diz respeito, foi determinada a interdição da Ponte Luiz I “tanto para circulação automóvel como pedonal em ambos os tabuleiros”.

A Câmara do Porto também decidiu “o encerramento efetivo, sem permanência de clientes no seu interior, de estabelecimentos de restauração e bebidas a partir das 23 horas e de outros estabelecimentos de venda de bebidas para o exterior (nomeadamente cafés, pastelarias, lojas de conveniência e outros estabelecimentos comerciais de atividade similar), a partir das 19 horas.”

No que diz respeito aos transportes, o metro do Porto encerra a operação mais cedo nessa noite – às 23h30 em todas as linhas. A CP está “a estudar a supressão de serviço entre as estações de Campanhã e São Bento no período noturno e a STCP [está] a avaliar a supressão das linhas da rede de madrugada para desincentivar os movimentos pendulares”, informa também a CMP.

A autarquia portuense avançou também que colocou na rua, esta quarta-feira, uma campanha publicitária para apelar à adoção de comportamentos responsáveis na noite que é, tradicionalmente, das sardinhas assadas na rua, do martelo e dos balões, do alho porro, dos arraiais e do fogo de artífício.

As duas autarquias cancelaram as festividades da noite de São João ainda durante o Estado de Emergência, a 4 de abril.

Os últimos dias têm tido uma evolução favorável de casos confirmados de COVID-19 no Porto e nos concelhos limítrofes, mas os dois municípios não deixam por isso de ser dos mais atingidos do país. Esta quarta-feira, o Porto regista os mesmos 1.414 casos que tem desde o dia 6 de junho, sendo o quinto município mais afetado do país. O quarto é Vila Nova de Gaia com 1.605 casos, mais cinco do que no dia de ontem.