Os estudantes de Porto e Coimbra vêem de forma diferente a aprovação do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), com os votos a favor da maioria socialista e contra de toda a oposição.

Enquanto a Federação Académica do Porto (FAP) considera que o ensino superior português “fica a ganhar” com o novo figurino, a Associação Académica de Coimbra (AAC) diz que ele é a “machadada final” no modelo de ensino superior público instituído após o 25 de Abril de 1974.

Pedro Barrias, presidente da FAP, concorda com a orientação geral do RJIES, bem como com as “linhas gerais” da reforma do ensino superior. Critica, contudo, o que considera ser a diminuição da representatividade dos estudantes no Conselho Geral na lei aprovada relativamente à proposta do Governo.

“Vai de encontro a uma perspectiva redutora do estudante, visto enquanto empecilho” à gestão das instituições, defende Barrias, que diz que a “falta de representatividade” dos estudantes é um problema criado para resolver a dimensão excessivamente grande da Assembleia da Universidade.

O estudante do Porto elogia algumas das mudanças feitas pela Comissão de Educação: a possibilidade dos politécnicos poderem adoptar o modelo fundacional, a eleição por voto secreto, e não designação, dos reitores pelo Conselho Geral, “muito mais condizente com as práticas democráticas”, e a “possibilidade expressa” de participação dos alunos no Conselho de Gestão.

A AAC entregou às 19h uma coroa de flores na sede do PS em memória do “defunto” ensino superior público. O presidente da estrutura académica considerou, à Lusa, que o RJIES é uma “machadada na democracia da universidade e no papel dos estudantes”.