O Governo quer reforçar a segurança interna e comunitária através de um aprofundamento na cooperação entre autarquias e organismos internacionais, anunciou quarta-feira o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, na apresentação de medidas preventivas que constam do Relatório Anual de Segurança Interna 2007.

Pela primeira vez foram incluídas medidas preventivas no relatório com o objectivo de combater de forma mais eficiente os índices de criminalidade no país. “Não se responde aos crimes com números, mas com medidas”, afirmou Rui Pereira, adiantando que “em 2007, houve uma estabilização da criminalidade participada”. Foram participadas 391.611 ocorrências às forças de segurança, o que representa um acréscimo de 0,1%.

Faz parte deste plano de combate à criminalidade o recurso e aplicação de novas tecnologias, como por exemplo o Programa Nacional de Videovigilância, já em funcionamento. O combate ao carjacking (que em 2007 aumentou 30%) não foi esquecido, e prevê-se a implementação de um novo projecto de georeferenciação desenvolvido aquando do programa “Táxi Seguro”.

O reforço do efectivo policial e o investimento na sua formação contínua será uma outra medida a ter em conta pelo Governo. Oliveira Pereira, o novo director nacional da PSP, na cerimónia da sua tomada de posse, terça-feira, destacou a necessidade de um melhor aproveitamento dos meios disponíveis já existentes.

Menos crimes graves

O Governo anunciou que a criminalidade violenta e grave reportada em 2007 diminuiu 10% em relação ao ano anterior, apesar de confirmar que os casos de carjacking aumentaram. Segundo Rui Pereira, no ano passado foram reportados menos 2.587 crimes violentos e graves. No entanto, o fenómeno do carjacking registou uma subida no número de casos denunciados, de 365 em 2006 para 488 em 2007.

O ministro já tinha afirmado, ainda antes da reunião de terça-feira do Conselho Superior de Segurança Interna, que este relatório seria “um marco de mudança” e salientou a importância das novas medidas preventivas no combate à criminalidade.

Ainda relativamente à criminalidade violenta, o ano passado registou um aumento dos assaltos a postos de abastecimento de combustível. Em contrapartida, o número de homicídios diminuiu (194 em 2006 contra 133 em 2007), assim como os crimes por violação, assaltos a ourivesarias e bancos e ofensas graves à integridade física. Os valores relativos à criminalidade juvenil e crimes praticados por grupos sofreram também uma diminuição.