Francisco Laranjo (presidente do conselho científico da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto)

“Foi um artista que deu um contributo valorosíssimo para a arte contemporânea, quer através do uso de materiais pouco estimados e olhados, recursos e expressões, quer através da sua capacidade de manipulação. Foi sem dúvida uma figura incontornável na perspectiva de análise mais imediata”.

“Foi uma figura de grande relevo na arte contemporânea, encontrou soluções e criou uma linguagem extremamente original e singular. Recorria a matérias-primas, material pré-fabricado, embalagens e objectos de uso quotidiano dando-lhe um estatuto notável”.

Óscar Faria, crítico de arte do jornal “Público”

“É muito difícil definir a arte de Rauschenberg, porque ele tem um percurso enorme. É um artista que se move em diferentes campos, na pintura, na escultura, na coreografia, nas artes gráficas. É um artista que se pode definir por ter percorrido múltiplas disciplinas”.

“O grande contributo dele foi esse esbatimento de fronteiras. Pode-se dizer também que há um sentido de colaboração muito evidente na obra dele. (…) Ele é um artista que vai colaborar com muitos artistas, coreógrafos, poetas, para esbater essa noção de disciplina que separa muito as diferentes áreas. De alguma forma, ele tentou ir contra essa noção de disciplina. Pode-se dizer que ele foi um indisciplinado”.

João Fernandes (director do Museu de Serralves)

“Com Robert Rauschenberg, todos aprendemos a reinventar a arte e a vida. Será esse o maior legado com que cada museu do nosso tempo perpetuará o seu trabalho e a sua memória” (em comunicado de imprensa divulgado após a morte).

“As suas combine paintings, os seus quadros monocromáticos pretos e brancos, as suas performances eram momentos decisivos de novas possibilidades para a criação artística mas também, em muitos casos, o resultado de um desejo de colaborar com outros que não diminuía, antes acentuava, a extraordinária diferença e originalidade da sua obra” (no catálogo da exposição “Robert Rauschenberg: Viagem- 70-76“)

Helena Vasconcelos (directora da revista online sobre cultura “Storm Magazine“)

“Está ao mesmo nível das de Leonardo, Michaelangelo, Duchamp e Picasso, por exemplo. Rauschenberg abriu caminhos, experimentou sem constrangimentos e criou o que desejou e pensou sem se afastar da sua condição muito humana e das suas experiências de vida. A sua obra é ímpar, original e familiar, delicada e portentosa, universal e muito americana, generosa e privada. E ainda, extraordinariamente poética, interdisciplinar, cosmopolita. Era um homem especial, possuidor de uma visão humanística e global – no bom sentido, isto é, não entravada por preconceitos – que se reflecte na sua obra. A sua curiosidade e entusiasmo eram infinitos”.

“Qualquer artista que se preze tem de conhecer a obra de Rauschenberg para compreender a história de arte e a sua própria história. É incontornável. Só para dar alguns – muito poucos – exemplos observe-se o trabalho de artistas como Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Sanches ou Joana Vasconcelos. E há muitos, muitos mais.”

João Pedro Rodrigues (artista plástico)

Rauschenberg era muito ligado ao quotidiano e próximo das pessoas que usavam matérias. Deu um contributo importante na medida em que criou uma nova forma de ver e utilizar materiais do quotidiano. No fundo, criava cenários.