“Espero que o público fique tão entusiasmado quanto eu.” Foi com esta frase que Ellen Page (23 anos) comentou a participação na mais recente obra-mestra de Christopher Nolan, “A Origem”. Com o filme nas salas de cinema há alguns meses, a resposta é positiva. Para com o filme, e para com a actriz canadiana. Page cresceu e o seu talento está à vista. Bravo!

Natural de Halifax, Nova Escócia, Ellen Philpottes-Page divide o tempo livre por entre hobbys desportivos, que vão desde o futebol, basquetebol, atletismo e esqui, até à natação ou ao ciclismo. Uma “feminista moderna”, como a própria se auto designou, que rejeita por completo o estereótipo de adolescente.

Com isto avançamos para o que de melhor a “Tiny Canadian” (Pequena Canadiana) tem para oferecer. Antes de “Juno”, “X-Men” ou a “A Origem”, Ellen Page usou produções menores para se desenvolver artisticamente, mas também para sublinhar a sua personalidade. Em 2005 interpreta o papel de uma jovem de 14 anos no filme “Hard Candy”. Hayley (Page) encontra-se com Jeff (Patrick Wilson) de 32 anos num “Blind Date” e mostra-se suficientemente cuidadosa para não aceitar bebidas, ao contrário de Jeff, que acaba algemado à cadeira, num “thriller” asfixiante.

Com “Juno” para o estrelato

Por esta altura, já Page ostentava no currículo algumas nomeações e prémios em diversos festivais e cerimónias. Sinal evidente de um diamante em estado de lapidação, que não tardaria a brilhar em todo o seu esplendor. “X-Men 3” foi o primeiro sinal, com Page no papel de Kitty Pryde, mas foi em “Juno” (2008) que o Mundo do Cinema se vergou por completo ao talento da então jovem de 21 anos.

Na pele de Juno MacGuff, Page deslumbra na figura de uma adolescente de 16 anos, grávida por acidente, e com uma decisão difícil para tomar. O seu desempenho seguro, cheio de talento e idiossincrasias valeu-lhe uma nomeação para os Óscares, a quarta mais jovem actriz de sempre a merecer essa honra da Academia. Embora tenha perdido a estatueta para Marion Cotillard, Page tinha ganho o seu espaço junto do público.

“A Origem” como reflexo máximo do diamante

O ano de 2010 apresenta um dos melhores filmes da última década. “A Origem”, com Christopher Nolan na realização e Leonardo DiCaprio como actor-estrela, traz também uma Ellen Page madura e deslumbrante, capaz de nos apaixonar num simples piscar de olhos. Ariadne é a criação de Page no filme, uma estudante de arquitectura brilhante que tem como missão desenhar labirintos mentais.

Sobre o trabalho com Nolan, Page conta maravilhas: “É fenomenal trabalhar com alguém como ele, capaz de criar novos mundos, coisas que jamais sonhámos ver.” E acrescenta. “Durante as gravações só pensava em ver o produto final, porque sabia que seria algo extraordinário. Espero que o público fique tão entusiasmado quanto eu.” E ficou, com o filme, e com Page.