Alguns países da Europa de Leste e dos Balcãs já deram as boas-vindas à primavera no primeiro dia de março. Para além da troca de “mărțișor”, há também concertos ecléticos, de cariz folclórico e moderno, e festas comemorativas agendadas para este mês.

Em Cascais há uma associação de imigrantes que pretende manter viva a sua cultura e “faz todos os possíveis” para não deixar cair as tradições. O Centro Cultural Moldavo organiza anualmente um festival, ao jeito dos festivais que acontecem um pouco por toda a Moldávia, em celebração da chegada da primavera.

O “Festival Internacional de Música Mărțișor”, considerado um “cartão de visita” dos organizadores, é mais um encontro entre pessoas oriundas de outros países, que vivem em Portugal. Juntam-se neste dia com o objetivo de conviver e de reviver a tradição. No certame, há música e dança em trajes tradicionais para assistir. A programação do evento, marcado para domingo, também inclui um rancho folclórico português. Esta é já a 11ª edição do evento.

Do Centro Cultural Moldavo, Nadejda Boghenco afirma que este tipo de encontros é apreciado pelos imigrantes e pelos seus filhos, que apesar de novos, podem reaproximar-se das culturas de origem. Como descreve Nadejda ao JPN, os espectadores ficam contentes e levantam-se das cadeiras, formam uma roda e dançam ao ritmo da sua música nacional. O número médio de espectadores por concerto, realizado no auditório do Colégio Marista de Carcavelos, ronda as cinco centenas.

A associação quis sempre que os portugueses conhecessem a cultura moldava e que vissem “que bonita ela é”. Nadejda explica ao JPN que a cidade de Cascais é muito aberta à interculturalidade. Citando o presidente do Centro Cultural Moldavo, Cascais “é como uma árvore, onde cada ramo representa um país e uma cultura”. A imigrante considera que a Moldávia já conseguiu o seu ramo.

O centro cultural vai a caminho dos 13 anos e está registado no Alto Comissariado para as Migrações (ACM). Ao mesmo tempo, funciona como um Gabinete de Inserção Profissional, aliando os seus serviços ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). É a única associação moldava que tem a medalha Mihai Eminescu, uma das mais importantes conferidas pela República da Moldávia, pelo seu sucesso em transmitir os valores nacionais, desenvolver relações interculturais e organizar eventos.

 

Artigo editado por Filipa Silva